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PS é criticado por 72% dos usuários de planos

Reclamação. Fabiana dos Santos se queixa da rede credenciada: ‘Foi propaganda enganosa’
Pesquisa em São Paulo mostra que 15% dessas pessoas acabaram buscando o SUS após não serem atendidos pela rede privada
 
Bruno Deiro
 
Um estudo divulgado ontem pela Associação Paulista de Medicina (APM) aponta que 72% dos usuários de planos de saúde no Estado de São Paulo que precisaram usar pronto-socorro enfrentaram problemas como superlotação e longas esperas nos hospitais. Desses, 15% admitiram que buscaram depois atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS).
 
 
A pesquisa, do Datafolha, entrevistou 804 paulistas que usaram seus planos de saúde nos últimos 24 meses - e 77% relataram alguma dificuldade no atendimento.
 
 
Em média, cada um teve quatro problemas distintos.
 
 
"Esse porcentual é inaceitável para um sistema em que o atendimento é pago", afirma Florisval Meinão, presidente da APM.
 
 
Segundo ele, entre as principais causas para a deficiência no atendimento estão a sobre posição de planos( muitos convênios em poucos hospitais) e a grande rotatividade de médicos por causa da baixa remuneração." Os planos de saúde acabam por impor as mesmas dificuldades que o SUS no acesso à saúde", afirma Meinão. "Algumas consultas levam até três meses para serem marcadas e muitos exames rotineiros não são cobertos." O resultado da pesquisa serviu como munição para as entidades médicas criticarem a atuação da Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS), responsável pela fiscalização das operadoras. "AANS não tem dados precisos sobre a prestação de serviço e a quantidade de hospitais, médicos e especialidades que participam da rede", acusa Aloísio Tibiriçá,do Conselho Federal de Medicina. A ANS informou que vai avaliar o estudo antes de se pronunciar.
 
 
A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), que representa as operadoras, afirma ter estranhado os resultados.
 
 
"Em mais de uma pesquisa realizada recentemente com usuários os resultados gerais são sempre favoráveis a os planos", declarou, por meio de nota.
 
 
A Abramge lembra que a própria pesquisa da APM revela que 69% dos entrevistados se declararam satisfeitos como seu atual plano e cita um estudo mais amplo realizado em todo o País pelo Instituto de Estudos da Saúde Suplementar no ano passado que mostrou que 80% dos entrevistados estão satisfeitos ou muito satisfeitos com seus planos.
 
 
O estudo revelou também que 15% dos entrevistados já recorreram ao SUS por falta de atendimento do planos." De forma indireta, o governo está subsidiando os planos, pois esse custo de atendimento fora do plano não é repassado ao SUS", diz Meinão.
 
 
A APM usa o levantamento para tentar buscar apoio por melhor remuneração dos médicos.
 
 
Atualmente, segundo a entidade, os profissionais paulistas recebem entre R$ 50 e R$ 60 por consulta. "Alguns chegam a ganhar apenasR$ 25",afirma o presidente da entidade de classe.
 
 
No próximo dia 6, a APM promete fazer uma nova paralisação no atendimento dos planos como forma de protesto. Além de melhores condições de trabalho, exige que os médicos recebam das operadoras R$ 80 por consulta realizada.
 
 
Insatisfação. Grávida de 7 meses, a auxiliar de atendimento Fabiana Aparecida dos Santos, de 27 anos, enfrentou dificuldades.
 
 
Após deixar a empresa em que trabalhava,em abril, ela fez acordo com a operadora para manter o plano sem período de carência e passou a enfrentar problemas.
 
 
Com poucas opções de laboratórios credenciados, só encontrou disponibilidade para exames na Avenida Paulista - a auxiliar mora em Itaquera.
 
 
Para piorar, houve problema no sistema da operadora e ela foi recusada em vários hospitais porque sua situação consta como em período de carência até 2013.
 
 
"Vou seguir no plano até ter minha filha, depois vou sair. A maioria dos endereços indicados para consulta ou não existe mais ou se desvinculou", conta.
 
 
"Para mim,foi propaganda enganosa quando me ofereceram assistência completa na gravidez.
 
 
Mas,pelo que vejo de outras pessoas, a maioria dos planos não cumpre o que promete."
 
 
Entidades planejam mover ação contra as operadoras
 
 
Em parceria com a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Protege), a APM lançou um serviço de orientação e denúncia para clientes de planos. Além de encaminhar reclamações, as entidades querem formar um banco de dados para entrar com uma representação contra as operadoras no Ministério Público (MP).
 
 
O promotor Carlos Barbosa diz que é prematuro falar sobre a ação, mas que as denúncias podem até levar ao fechamento de planos. "Cabe à ANS fiscalizar.
 
 
Não faltam leis para punir, falta atuação mais enérgica dessa entidade", diz o promotor. "O MP pode atuar se houver demandas coletivas." A central de denúncias atenderá todo o País por telefone e e-mail. A Protege espera ter informações mais precisas sobre o atendimento. "Uma das principais questões é a negativa de atendimento sem justificativa, algo que ocorre com muita frequência", afirma a presidente da Protege, Maria Inês Dolci. / B.D.
 
Fonte: O Estado de S. Paulo

 



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