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Fiocruz desenvolve vacina para meningite C

12 de dezembro de 2012
 
Imunizante começa a ser distribuído no final de 2013
 
Flávia Milhorance
 
Uma nova tecnologia de vacina vem sendo desenvolvida pelo laboratório Bio-Manguinhos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para combater a meningite C - a mais temida das meningites, que assusta a população desde a ocorrência de uma grande epidemia na década de 1970. A vacina já é fabricada pela iniciativa privada estrangeira e vendida à União. A expectativa é que a versão nacional, mais eficaz e mais barata, esteja disponível até o final de 2013. Atualmente, a doença atinge 500 mil pessoas e causa 50 mil óbitos no mundo.
 
As pesquisas para a produção da chamada vacina meningocócica C conjugada começaram há dez anos. Como adiantou o colunista Ancelmo Gois, o projeto acaba de concluir sua segunda fase de estudos clínicos. Nesta etapa, foram testadas a capacidade protetora e a segurança em 360 crianças saudáveis de 1 a 9 anos, moradoras de Manguinhos, na Zona Norte.
 
Vacina aprovada em testes clínicos
 
- Terminamos esta fase na última semana, e os resultados foram muito bons. Vamos passar por uma terceira fase de estudos clínicos em março de 2013, e até o fim do mesmo ano, esperamos ter a vacina - afirmou o presidente do Conselho de Política Estratégica de Bio-Manguinhos/Fiocruz, Akira Homma, que não deu detalhes sobre montante de produção nem de custo. - Certamente, o preço será muito mais baixo e a qualidade melhor.
 
Após a terceira etapa, o imunizante ainda precisa passar pela aprovação das agências reguladoras para ser colocado no mercado. A ideia principal é reforçar o estoque do Ministério da Saúde, que a incluiu no calendário público de vacinação em 2010. O órgão vacinou este ano 1,3 milhão de crianças com a meningocócica C conjugada e espera, nos próximos anos, incluir o imunizante na vacina heptavalente, incluindo ativos contra outras doenças, como poliomelite, tétano e coqueluche. A medida poderia representar uma economia de R$ 700 mil ao ano.
 
Após a epidemia da década de 1970, a Fiocruz desenvolveu uma vacina contra a meningite por meio de uma tecnologia de polissacarídeos da cápsula da bactéria, que no entanto, confere proteção por tempo limitado (de três a cinco anos) e com baixa eficácia em crianças abaixo de 2 anos, principal grupo de risco, embora atinja indivíduos de qualquer idade. Elas continuam sendo fabricadas pelo instituto, por meio de uma parceria com o Instituto Finlay, de Cuba. Cerca de três milhões de doses são produzidas anualmente e distribuídas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) ao "cinturão africano" - região ao norte da África, que enfrenta frequentemente epidemias da doença. O instituto já chegou a produzir cinco milhões de doses por ano desta vacina. A nova vacina, no entanto, com eficácia superior a 97%, abarca também menores de 2 anos.
 
No Brasil, na década de 1970, ocorreram epidemias em várias cidades do país causadas pela meningite tipos A e C e, posteriormente, pelo tipo B. Na época, a cada 100 mil habitantes, 250 tiveram a doença. Hoje, a taxa é de dois para 100 mil. A partir da década de 1990, houve uma diminuição do tipo B e aumento progressivo do tipo C. Desde então, surtos isolados deste sorogrupo têm sido identificados e controlados em regiões do país, como no Maranhão.
 
- As epidemias foram controladas. Ainda temos casos do tipo B, porém não de forma epidêmica. Quanto ao tipo A, não podemos dizer que está extinto, mas não temos mais casos dele no Brasil - explicou Homma.
 
O Bio-Manguinhos/Fiocruz também está trabalhando no desenvolvimento de uma nova vacina contra o sorogrupo tipo B. As pesquisas estão na fase dois de estudos clínicos. O produto deverá entrar no mercado em cerca de dois anos, segundo Homma. Ele explica ainda que, no futuro, a expectativa da Fiocruz é investir nas vacinas combinadas de sorogrupos tipo B e C. No Brasil, foi recentemente licenciada a vacina meningocócica conjugada ACWY. Apesar de ainda raro, o tipo W vem tendo aumento de incidência, e esta vacina combinada pode ser eficaz para pessoas que viajam para o exterior.
 
Fonte: O Globo


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