75% dos municípios não têm atendimento especializado
Problema engloba consultas com especialistas e procedimentos mais complexos.
Para ministério, o que mais diferenciou notas de cidades em índice foi dificuldade de acesso aos serviços especiais
O que puxou as notas do IDSUS para baixo foi a dificuldade de acesso aos serviços. E, dentro do acesso, principalmente a consultas com especialistas, procedimentos e exames mais complexos, avalia o ministério.
"Testes mostram que a efetividade do atendimento não varia muito para quem consegue entrar no sistema. O que mais diferencia as notas é conseguir chegar", diz o ministro Alexandre Padilha.
Um dado colateral do levantamento aponta que mais de 75% dos municípios do país não contam com praticamente nenhuma estrutura para atenção especializada.
Antônio Carlos Nardi, presidente do Conasems (Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde), afirma que o IDSUS vai funcionar como ferramenta para melhorar a gestão local. Argumenta, por outro lado, que o índice não deve funcionar como forma de pressão política sobre o gestor de saúde.
"Não acho que sirva de pressão para prefeitos, até porque 95% ou mais dos municípios estão aplicando acima da emenda 29 [que definiu gastos específicos de saúde para cada esfera]."
São Gonçalo (RJ), com quase 1 milhão de habitantes, teve 4,18 e foi um dos destaques negativos entre as cidades de mesmo porte, no grupo 2.
Ontem, às 13h, 510 pessoas já tinham procurado atendimento no Pronto-Socorro Municipal. Quatro médicos dividiam a mesma sala para dar o primeiro atendimento. Um homem aguardava em uma maca no corredor para ser transferido para o setor de endoscopia.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo afirmou por meio de nota que "apesar da considerável expansão da rede municipal [...] ainda observamos uma dificuldade de acesso, principalmente no que se refere aos procedimentos de média e alta complexidade".