2013 - 27 - 694 - DOMINGUEIRA - PRIMEIRO ANO SEM EMÍLIA - 17/10/2013
1. PRIMEIRA PÁGINA – TEXTOS DE GILSON CARVALHO
O RAPTO DE MINHA AMADA
Gilson Carvalho
Amamo-nos,
Fortemente,
como frágeis humanos.
Enquanto e como pudemos .
Por várias décadas.
Desde o começo soube
Da existência de quem a cobiçasse.
Relevamos a concretização desta hipótese,
nunca verbalizada.
Rumores eram
cada vez mais frequentes.
Sempre usufruímos
de confiança mútua.
Tenho certeza de que
Nunca houve, neste amor,
correspondência de minha amada.
Era de mão única: de lá para cá!
A cobiça sobre ela cresceu
envolvendo-a sorrateira e falaciosamente,
com doces palavras e
a negação peremptória
de que esta paixão
terminasse em rapto.
Dizia o pretendente:
“É apenas uma amizade,
Um pouco de intimidade,
Nada sério...
Jamais paixão arrebatadora.”
Nem eu, nem ela, imaginávamos
um fim tão trágico para nós dois.
Mesmo sabendo do risco,
Jamais supúnhamos que,
Na calada de uma noite,
Bem à minha frente,
Se concretizasse ,
o rapto de minha amada.
Era uma evidente represália contra mim,
que, desvencilhando-me
de seu abraço,
safei-me antes
de ser por ela
raptado.
Ficou-me a dor lancinante da saudade,
Ainda que sabedor
que me era impossível
impedir este rapto.
Perdi minha amada
Para a inexorabilidade
Da arrebatadora de vidas.
Aquela que faz a travessia sem volta...
Eterna!!!
Boa semana.
O autor adota a política do copyleft em seus textos disponíveis no site: www.idisa.org.br
"Conto estórias que me tocam pra ver se melhoro e melhoro os outros." Fernando de Kuhl e Carvalho