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País é exemplo no combate ao fumo

12 de fevereiro de 2014
 
entrevista Tonio Borg
 
Em visita oficial ao Brasil, o comissário de Saúde da União Europeia, Tonio Borg, conversou com o Correio sobre os desafios dos sistemas de saúde e falou da luta na redução do número de fumantes no mundo. Na avaliação dele, a Europa segue o Brasil em termos de controle do tabaco e as pressões da indústria do cigarro são semelhantes em todo o mundo. Borg também ressaltou a necessidade de uma reforma nos sistemas de saúde motivada pelo aumento da incidência de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes.
 
A Anvisa tenta implementar a proibição de cigarros com sabor, mas há uma guerra na Justiça com as empresas. O senhor acha que essa medida tem impacto na redução do consumo?
 
Os argumentos que estão sendo apresentados pelo lobby do tabaco no Brasil foram colocados na União Europeia, talvez até com mais força. Os argumentos são os de que esses aditivos não fazem diferença, mas eu questiono: se não fazem, porque a indústria se opõe à medida? Porque eles fazem, sim, diferença e isso tem um impacto na redução.
 
A União Europeia ainda os aceita? Por quê?
 
Um acordo feito entre parlamentares e governantes prevê o fim desses cigarros. Uma legislação sobre o tema deve ser aprovada agora em fevereiro, mas foi feita uma concessão aos mentolados por serem os mais consumidos. Para ele, os estados membros da UE terão até cinco anos para aboli-los. Para os outros, o tempo é de cerca de 18 meses. Mesmo assim, todos serão eliminados. Os flavorizados fazem o tabaco mais atrativo para os jovens. Nosso mantra é: tabaco deve ter gosto e aparência de tabaco. Por isso, colocamos na legislação também que os avisos para não fumar terão de estar em 65% das caixas.
 
Essa medida é semelhante à dos cigarros genéricos, já implantados na Austrália e o que o governo pretende defender no Brasil...
 
No caso das genéricas, a caixa toda praticamente é ocupada com imagens e frases de advertência contra o fumo. Já o que propusemos é que os avisos sejam 65% da caixa e dos dois lados. Hoje, eles estão apenas de um lado e ocupam 30%, 40% da embalagem.
 
Os países implementarão a caixa genérica?
 
Na União Europeia não o introduzimos como obrigatório, mas deixamos que os estados decidissem. A Irlanda já declarou que será o primeiro país. Na Austrália, a indústria do tabaco questionou o governo na Justiça e perdeu. Agora, a indústria questiona a Austrália no Tribunal Mundial de Marcas. Se a Austrália for vitoriosa, acho que será uma estratégia cada vez mais seguida.
 
Como o senhor avalia o conjunto de medidas tomadas no Brasil para controle do tabaco?
 
O Brasil foi um dos primeiros países a introduzir as imagens de advertência contra o fumo e a estabelecer o tamanho delas. Então, em termos de controle, a Europa está seguindo o Brasil, e não o contrário. E eu apoio qualquer medida das autoridades para controle, até porque é uma obrigação dos países que assinaram termo com a Organização Mundial de Saúde.
 
Na sua avaliação, que desafios o Brasil tem pela frente para ter um bom sistema público de saúde?
 
A gente poderia enfatizar em um aspecto ou outro, mas tem uma questão que se aplica a todos os países, ricos, pobres, desenvolvidos ou em desenvolvimento. Sem reforma, nossos sistemas de saúde não serão sustentáveis. E eles não serão sustentáveis por causa das tendências demográficas. As pessoas estão vivendo mais, então há mais doenças crônicas. Se não conseguirmos pensar em maneiras de usar a quantia de dinheiro que temos de forma mais eficiente, os sistemas vão entrar em colapso. (JC)
 
"O Brasil foi um dos primeiros países a introduzir as imagens de advertência contra o fumo. (...) Em termos de controle, a Europa está seguindo o Brasil, e não o contrário"
 
Fonte: Correio Braziliense


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