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Vírus afro-asiático migra para o Caribe

18 de fevereiro de 2014
 
Por FRANCES ROBLES
 
MIAMI - Nos últimos dois meses, um vírus transmitido por um mosquito que é comum na África e na Ásia avançou rapidamente pelo leste do Caribe. Segundo especialistas em saúde pública, a perspectiva é que essa dolorosa doença, até agora distante, deite raízes na região.
 
A febre Chikungunya, doença viral semelhante à dengue, foi identificada inicialmente em dezembro no lado francês de Saint Martin. Desde então, já se espalhou para sete outros países, segundo as autoridades. Já houve 3.700 casos confirmados ou suspeitos da doença.
 
É a primeira vez que a doença foi contraída localmente no hemisfério ocidental. Especialistas dizem que as condições estão propícias para o vírus chegar à América Central e do Sul, mas que é pouco provável que afete os EUA.
 
"Quando uma doença se desloca de um continente para outro, é um fato importante", disse C. James Hospedales, diretor-executivo da Agência Caribenha de Saúde Pública, em Trinidad. "A febre Chikungunya chegou para ficar? É provável que sim."
 
A febre Chikungunya é especialmente problemática para lugares como Saint Martin, ilha francesa e holandesa que recebe 2 milhões de turistas por ano. Em um esforço para impedir que a doença afete o turismo e prejudique a economia da ilha, governos locais lançaram campanhas de pulverização de inseticida e visitas de casa em casa para fazer a limpeza dos lugares que possam ser criadouros do mosquito.
 
O lado francês de Saint Martin já teve 476 casos confirmados; no lado holandês, 40, segundo a Agência Caribenha de Saúde Pública. Martinica já teve 364 casos confirmados de Chikungunya.
 
O Ministério da Saúde de Sint Maarten, o lado holandês da ilha caribenha, disse que nenhum turista canadense, europeu ou americano hospedado em um resort adoeceu até agora. As autoridades recomendam aos visitantes usar roupas de mangas compridas e repelente de insetos com alto teor de DEET (dietiltoluamida).
 
"Poucas reservas foram canceladas. Mas algumas pessoas não entenderam exatamente a situação e pensaram que pudesse ser uma pandemia em grande escala", disse Kate Richardson, porta-voz do conselho de turismo do lado francês de Saint Martin.
 
O vírus Chikungunya provoca febre alta e dores musculares, sintomas semelhantes aos da dengue, que afeta o Caribe há vários anos. Enquanto a dengue pode ser fatal, a febre Chikungunya raramente o é. Mas especialistas disseram que os efeitos da Chikungunya, como a dor nas articulações, tendem a durar mais tempo, podendo prolongar-se por meses. Ann M Powers, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças em Atlanta, disse que surtos da doença em outros países deixaram pessoas incapacitadas devido à forte dor nos pulsos e tornozelos.
 
O vírus já foi detectado também nas Ilhas Virgens Britânicas, na Dominica, na Guiana Francesa, em Guadalupe e em Saint Barthélemy. "Não há dúvida de que ela tem o potencial de chegar a muitos outros lugares no hemisfério ocidental", disse Powers.
 
O Chikungunya foi identificado pela primeira vez na Tanzânia, em 1952. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, desde 2005 quase 2 milhões de casos foram informados na Índia, na Indonésia, nas Maldivas, em Mianmar e na Tailândia. Houve epidemias da doença na ilha francesa de Reunião, a leste de Madagascar, em 2006, e no norte da Itália, em 2007.
 
De acordo com o motor de buscas sobre viagens Kayak, o número de buscas por viagens a Saint Martin já caiu 75%. Nora E. Kelly, fiscal de restaurantes em Ontario, embarcou para a ilha recentemente com um grupo de 28 amigos que estudaram o avanço da doença e foram munidos de repelente contra insetos. "Estamos vivendo um inverno horrível", disse Kelly. "O Chikungunya não vai me impedir de viajar, de jeito nenhum."
 
Fonte: Folha de S. Paulo


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