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Ministério reconhece ’problemas pontuais’

25 de abril de 2014
 
Pasta nega, porém, que haja racionamento e afirma que entrega de soros deve ser normalizada ainda este mês
 
André de Souza
 
O Ministério da Saúde, além de negar que esteja havendo racionamento, diz que é comum que haja problemas pontuais na produção de vacinas e soros. O ministério é responsável por adquirir os produtos e distribui-los às secretarias estaduais de Saúde, que, por sua vez, os repassam aos municípios. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a pasta orienta os estados a otimizar o uso de soros e vacinas quando há problemas. O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Érico Arruda, concorda que já houve problemas na produção e distribuição de vacinas e soros antes, mas não na extensão do que vem ocorrendo em 2014. 
 
Se for olhar para trás, quase todo mês sai documento desse tipo (com orientação sobre vacinas em que houve problemas na produção e distribuição) para as secretarias estaduais explica Jarbas Barbosa.
 
Esses casos eram muito menos frequentes. E, quando ocorriam, ocorriam em determinada vacina, num determinado soro. E não nesse leque grande de imunógenos contrapõe Arruda.
 
Segundo Barbosa, o problema é maior nos soros. Nesse caso, conforme informado pelo Ministério da Saúde às secretarias estaduais, os laboratórios produtores precisaram se adequar às normas de Boas Práticas de Fabricação (BPF) para atender à legislação da Anvisa.
 
No caso dos soros, a Anvisa solicitou dos produtores que tivessem algumas reformas, modificações do processo de produção, atingissem determinado nível de certificação. Com isso, eles apresentaram um pedido na Anvisa para fazer a chamada produção certificada. Isso levou um tempo. Soro, infelizmente, a gente não pode comprar no mercado internacional porque é específico. Diante dessa situação, fizemos orientação para uso racional afirmou Barbosa, acrescentando que a entrega dos soros deve ser normalizada ainda este mês.
 
-USO RACIONAL DOS PRODUTOS"
 
Apesar disso, o Ministério da Saúde nega que tenha havido racionamento. Segundo o secretário Jarbas Barbosa, o que ocorreu foi um uso mais racional dos produtos.
 
A gente não faz racionamento. O que a gente faz é um uso racional. Vou te dar um exemplo. BCG, em alguns estados, a perda chega a 70%. Então se, em vez de abrir um frasco, vacinar a criança e jogar fora as outras nove (doses), você divulga para a comunidade: olha, todo menino que nascer, traz na terça-feira para vacinar com BCG. Isso reduz a perda a quase zero explicou Barbosa.
 
No caso da BCG e da dupla adulto, o secretário afirmou que a situação já está sendo normalizada em abril. Ele acrescentou que há um estoque estratégico para garantir o abastecimento de vacinas e de soros.
 
A gente tem estoque estratégico, que geralmente é de seis meses da quantidade que a gente precisa no Brasil, porque é muito difícil um semestre sem dificuldade de um produtor, mesmo um grande internacional, ou atraso. Vacina não é um produto que fica pronto na prateleira e pode chegar e comprar: quero dez, quero 20 daquilo. Vacina, começa o ciclo de produção praticamente com as encomendas feitas afirma o secretário.
 
Mas nem sempre os estoques estratégicos são suficientes, diz Érico Arruda. Segundo o presidente da SBI, todo o estoque do Ceará de soro antirrábico, por exemplo, chegou a acabar em 2014. Ele afirma que a situação já melhorou, quando comparada aos meses anteriores, mas alerta:
 
Hoje temos soro antirrábico (contra a raiva), sem precisar mandar (o paciente) voltar atrás. Mas, há 30 dias, nós não tínhamos. Agora, o ministério nos afirma que essa quantidade de soro antirrábico que veio nos socorrer, já depois de um período de completo desabastecimento, não é certo que vai nos sustentar até a regularização da produção pelo Instituto Butantan. Isso só vai estar resolvido de agosto para setembro.
 
Em relação à vacina tetraviral, contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora, Jarbas Barbosa explicou que a situação foi resolvida substituindo-a por outras duas que, combinadas, também imunizam contra as quatro doenças.
 
Em sete dos 16 produtos em que houve problemas as vacinas BCG, dupla adulto e tetra viral e os soros antiloxoscélico, antiaracnídico, antielapídico e antidiftérico , o Ministério da Saúde já havia soltado um comunicado em outubro do ano passado informando que haveria falhas na distribuição. Na maioria dos casos, houve uma promessa de regularização em novembro. Isso não impediu que o problema se repetisse em 2014.
 
VACINAÇÃO AFETADA NO PIAUÍ
 
O atraso no envio de vacinas ao Piauí levou ao atraso, em diversos municípios, da campanha de vacinação contra gripe, iniciada no dia 22. Em Teresina, na quarta-feira, a campanha começou com grandes filas, um dia depois do previsto.
 
A dona de casa Edilene Santana Dourado, moradora do Parque Colorado, na Zona Sudeste de Teresina, iria vacinar sua filha Gilmara Helen, de 11 meses, contra a gripe. Ela própria também planejava tomar a vacina contra tétano na Unidade Mista de Saúde Professor Wall Ferraz, no conjunto Dirceu, na periferia da cidade. Mas desistiu e resolveu voltar outro dia, por causa da longa fila e da falta da vacina contra tétano.
 
Eu vim na terça-feira para vacinar minha filha, e as doses não tinham chegado. Nesta quarta-feira, a fila está muito grande. De um tempo para cá começou a faltar vacinas, entre elas a de tétano disse Edilene Santana, que voltou para casa sem as doses.
 
Raimunda Nery, da Sala de Vacinas da Unidade Mista de Saúde Professor Wall Ferraz, reconheceu que a vacina toxoide tetânica está faltando há 15 dias.
 
A vacina contra tétano está faltando há 15 dias, e a demanda é muito grande. Quando tem a vacina, aplicamos em 50 pessoas por dia, porque é usada em pessoas que sofrem acidentes, incidentes e em gestantes. É muito procurada disse Raimunda Nery.
 
De acordo com a Coordenação de Imunização da Secretaria de Saúde, estão faltando no Piauí as vacinas tetraviral; a DTP a celular contra difteria, tétano e coqueluche; a polioral; e os soros antirrábico humano, antitetânico e imunoglobulina antirrábico. (Colaborou Éfrem Ribeiro)
 
Fonte: O Globo


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