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Expectativa de vida e o impacto na área de saúde

25 de abril de 2014
 
Carlos Eduardo Nogueira
 
Segundo dados atualizados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2012, a expectativa de vida do brasileiro aumentou 5 meses e 12 dias em relação a 2011. Para a população masculina, o aumento foi de 4 meses e 10 dias, passando de 70,6 anos para 71 anos. Já para as mulheres, a esperança de vida ao nascer passou de 77,7 anos em 2011 para 78,3 anos em 2012 - aumento de 6 meses e 25 dias.
 
Fatores como a prática de esportes na terceira idade e o grande aumento da preocupação das pessoas em cuidar mais da saúde, juntamente com a queda da mortalidade infantil, que em 2012 ficou em 15,69 mortes (crianças de até um ano) para cada mil nascidos vivoscontra 16,13 em 2011, tem feito com que a expectativa de vida do brasileiro cresça de forma considerável.
 
Esses números têm causado um grande impacto na área de saúde pública e privada. Mais pessoas vivendo significa mais investimentos para melhorar a qualidade dos serviços prestados aos cidadãos, e o Brasil ainda não está acostumado com essa realidade. As ações no que se referem à saúde pública, por exemplo, não têm acompanhado a evolução da expectativa de vida da população do país.
 
Esse problema tem refletido diretamente na satisfação do cidadão. Uma pesquisa do Datafolha realizada este ano apontou que 62% dos brasileiros estão insatisfeitos com a saúde, tanto pública, quanto privada. Ainda segundo o estudo, a saúde é o principal problema do país para 457o dos entrevistados. Claro que a maior parte deste descontentamento é em relação ao Sistema Único de Saúde (SUS), que atende atualmente 73% dos cidadãos. Destes, mais da metade (53%) considera o atendimento ruim ou péssimo.
 
Os dados mostram que a saúde pública está muito doente e que é preciso ações imediatas para se evitar um colapso. O que percebemos hoje é uma atuação falha e cara, totalmente direcionada em tratai' a doença quando ela já existe, quando o correto seria manter o paciente longe do hospital, ou seja, investir numa gestão preventiva da saúde. As iniciativas neste sentido têm sido insuficientes, quase não há recursos destinados para atender ao novo perfil da saúde do brasileiro, decorrente do aumento da expectativa de vida.
 
Mudar a forma de gerir a saúde focando a prevenção de doenças é o caminho mais assertivo a se traçar. Ao promover o cuidado preventivo, a saúde do paciente é impactada de maneira positiva e o Governo pode reduzir custos com tratamentos e internações desnecessárias, por exemplo. Esta mudança só é possível utilizando a tecnologia da informação para promover a consolidação dos dados clínicos.
 
Ao eliminar os prontuários clínicos manuais, substituindo-os por eletrônicos, é possível construir um repositório de dados sobre as informações da saúde do paciente como: hipertensão, alergias, diabetes, cirurgias e exames realizados, que pode ser acessado com mobilidade, via Internet, de qualquer dispositivo móvel. Com isso em mãos, a equipe médica pode monitorar a evolução do quadro clínico do paciente, promovendo um acompanhamento preventivo de doenças.
 
Outro fator muito importante é a conexão entre esses prontuários. Num cenário ideal e realmente efetivo para melhorar a qualidade do atendimento, profissionais de saúde podem acessar os dados do paciente registrados eletronicamente no prontuário independentemente da clínica, hospital, ou laboratório em que ele for atendido. Para que isso aconteça é necessário que haja uma interoperabilidade entre esses dados, ou seja, a capacidade de integrar informações oriundas de diferentes sistemas em uma fonte de consulta única.
 
A partir desta conexão, as informações do histórico clinico dos pacientes podem ser compartilhadas com todos os médicos envolvidos no atendimento daquele paciente. Isso permite uma troca de idéias fundamental entre eles, para uma tomada de decisão mais rápida e assertiva ao traçar um diagnóstico e sugerir o tratamento mais apropriado.
 
Além dessas vantagens, ao interoperar dados, o Governo pode analisar de forma detalhada uma série de processos como o tempo gasto em cada atendimento, número de pacientes que precisam fazer exames, atendimentos que necessitam de prioridade, aproveitamento de leitos, gestão de custos, entre outras informações que viabilizam uma melhor gestão da saúde do paciente, contribuindo para identificar tendências na saúde da população que serão valiosas para traçar um panorama da saúde por região, reforçando o trabalho preventivo de doenças.
 
Percebo que ainda persiste no Brasil uma cultura ultrapassada em se investir muito mais em equipamentos do que em tecnologia da informação. Já está mais do que na hora do mercado perceber que esses equipamentos tratam a doença quando ela já existe, enquanto que os sistemas de TI podem ser usados para prevenir os problemas de saúde, trazendo benefícios para todos os envolvidos: pacientes, médicos e Governo.
 
Carlos Eduardo Nogueira é CEO da InterSysíems para a América Latina
 
Já está mais do que na hora do mercado perceber que equipamentos tratam a doença quando ela já existe, enquanto que os sistemas de TI podem ser usados para prevenir os problemas
 
Fonte: Brasil Econômico


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