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Câmara dos Deputados vai discutir epidemia de cesarianas no país

29 de abril de 2014
 
Maria Clara Serra 
 
'Violência obstétrica' sofrida por gaúcha obrigada a fazer parto cirúrgico será analisada 
 
 
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados vai debater, no dia 7 de maio, a violência obstétrica no Brasil. A audiência será fruto do caso Adelir Lemos de Goes, a gaúcha obrigada por decisão judicial a dar dar à luz por cesariana em " de abril, gerando uma onda de protestos que se espalhou por diversos países. 
 
 
O debate foi proposto pelo deputado Jean Wyllys (PSOLRI), a pedido da ONG Artemis, de defesa das mulheres, e terá a participação da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos Humanos e Minorias, do Ministério da Saúde, da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e da própria Adelir, entre outros agentes governamentais e da sociedade civil.
  
 
Em seu requerimento, Wyllys citou o caso da gaúcha e uma série de referências que garantem à mulher o direito de escolha da forma de dar à luz e de acompanhamento familiar durante o parto o que foi negado a Adelir sob a justificativa de que "seu marido estava nervoso. 
 
 
A Artemis pediu a audiência pública com a intenção de pautar no Legislativo a necessidade da cobrança de leis que já existem para o atendimento ao parto e que estão sendo descumpridas, além de sugerir novos projetos disse Raquel Marques, presidente da ONG. Não temos notícias de outra mulher que tenha realizado uma cesariana por decisão judicial no país. Nosso receio é que o caso Adelir abra precedente. O requerimento da audiência cita também o problema da epidemia de cesáreas no Brasil, fazendo referência a uma nota publicada no site da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) sobre o risco desse tipo de procedimento. Wyllys mostra ainda que realizar a cirgucia sem respaldo em evidência cientificas e sem real necessidade clínica, é considerado infração no Código de Ética Médica.
  
 
BRASIL, LÍDER EM CESÁREAS 
 
 
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2010, o Brasil e a China foram responsáveis por metade das cesáreas realizadas no mundo. Entre 2010 e 2013, a pesquisa "Nascer no Brasil"da Fiocruz, mostrou que 53% dos partos na saúde pública foram cirúrgicos. Bem acima do limite máximo recomendado pela OMS, de 15%. 
 
 
A obstetra Ana Fialho, do Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Holanda, um centro de referência do parto humanizado no Rio, comemorou a discussão na Câmara: 
 
 
Acredito que a transformação acontece com a informação. Conseguimos tornar o país um dos principais incentivadores da amamentação exclusiva no mundo com campanhas educativas que atingiram não só a população em geral, mas principalmente os profissionais de saúde conta Ana. Um modelo semelhante, com foco na atenção humanizada ao parto, pode ter os mesmos resultados. 
 
 
Segundo Ana, há, por parte dos médicos, o receio de que o protagonismo feminino resulte em perda de autonomia médica, além do medo da responsabilização diante de alguma complicação no parto normal.
  
 
A educação médica tende a focar na doença, não na saúde, mas sabemos que o parto, na grande maioria das vezes, é um evento fisiológico não complicado analisa. É importante garantir ao médico que as boas práticas serão reconhecidas e protegidas. No imaginário popular, a cesariana é a resposta a qualquer dificuldade obstétrica. Mas não é.
 
Fonte: O Globo


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