Endereço: Rua José Antônio Marinho, 450
Barão Geraldo - Campinas, São Paulo - Brasil
Cep: 13084-783
Fone: +55 19 3289-5751
Email: idisa@idisa.org.br
Adicionar aos Favoritos | Indique esta Página

Entrar agora no IDISA online

AZT com menos efeito colateral

29 de abril de 2014
 
» Paulo Henrique Vivas
 
Belo Horizonte -- A zidovudina foi um dos primeiros medicamentos escolhidos e indicados pelo Ministério da Saúde para o tratamento da Aids. Conhecida também como AZT (azidotimidina), a droga antirretroviral é usada, por exemplo, para evitar que gestantes com o HIV transmitam o vírus para o filho. No entanto, devido à amplitude dos efeitos colaterais e ao grande número de doses a serem administradas ao dia, é comum o abandono do tratamento. Outra desvantagem da zidovudina é que ela sofre no organismo uma alta metabolização pelo fígado, o que leva ao aumento das dosagens ao longo do tratamento.
 
Buscando contornar esses problemas, a Fundação Ezequiel Dias (Funed), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), desenvolve, desde 2011, um estudo com o objetivo de desenvolver e caracterizar nanopartículas poliméricas (nanocápsulas e nanoesferas) contendo zidovudina e avaliar sua toxicidade e farmacocinética. Essas nanopartículas são constituídas de policaprolactona, um tipo de polímero que se decompõe no organismo. A estratégia já foi adotada com outras drogas, mas é a primeira vez que se tenta com o AZT.
 
"Como a metabolização hepática da zidovudina é muito alta, tornam-se necessárias no tratamento maiores doses do medicamento, o que aumenta as chances de efeitos colaterais, como náusea, cefaleia, vômito e confusão mental. A proposta da encapsulação é reduzir essas doses e, consequentemente, esses efeitos colaterais", explica Milena Magalhães, chefe do Serviço de Desenvolvimento de Medicamentos da Funed e coordenadora do estudo, realizado como tese de doutorado.
 
A farmacêutica destaca que a nova apresentação beneficiará principalmente crianças e idosos, que sofrem mais com os efeitos colaterais. "Já realizamos o desenvolvimento e a caracterização da formulação para verificar se o resultado atingiu o tamanho adequado e as características necessárias", diz Magalhães. Testes em células para avaliar a permeabilidade e simular a absorção no trato gastrointestinal foram realizados com resultados bastante satisfatórios.
 
Segundo ela, não foram verificadas incompatibilidades entre a zidovudina e o polímero durante a realização das análises térmicas e por espectroscopia de infravermelho. "A avaliação da toxicidade, uma das maiores preocupações na área de nano, também foi positiva. Serão agora iniciados os testes in vivo, utilizando camundongos", acrescenta. Sobre o processo de escalonagem industrial na produção do medicamento, a farmacêutica salienta que ele é simples e exige poucas etapas e equipamentos para ser realizado.
 
Palavra de especialista
 
Terapia promissora
 
"Considero a zidovudina um importante medicamento componente do tratamento triplo do HIV, ou seja, da terapia antirretroviral. Sua aplicação é fundamental nas gestantes com o vírus HIV e na prevenção da transmissão da doença para o feto. Essa medicação veiculada por nanotecnologia seria de grande importância para o uso clínico tanto na racionalização do uso quanto na diminuição dos efeitos adversos aos pacientes. O melhor seria que pudessem baratear o custo de produção."
 
Elza Noronha, professora adjunta de clínica médica da Faculdade de Medicina da UnB
 
Fonte: Correio Braziliense


Meus Dados

Dados do Amigo

Copyright © . IDISA . Desenvolvido por W2F Publicidade