Endereço: Rua José Antônio Marinho, 450
Barão Geraldo - Campinas, São Paulo - Brasil
Cep: 13084-783
Fone: +55 19 3289-5751
Email: idisa@idisa.org.br
Adicionar aos Favoritos | Indique esta Página

Entrar agora no IDISA online

Trauma e evasão escolar

19 de maio de 2014
 
APÓS O ACIDENTE
 
Se crianças que começam a trabalhar têm menos chances no mercado de trabalho, jovens vítimas de acidentes seguem um roteiro ainda mais tortuoso. Medo, vergonha por uma mutilação, falta de confiança podem abreviar a permanência em sala de aula e causar depressão. Segundo Andréa Nocchi, juíza do Trabalho e gestora do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil do Tribunal Superior do Trabalho, na vida adulta, o trabalhador precoce vai acabar na informalidade e vai adoecer mais.
 
O jovem Aílson Cavalcante, de 25 anos, ainda tinha 8 quando começou a trabalhar num supermercado em Mãe Luiza, bairro de Natal (RN). O menino fazia um pouco de tudo: entregava compras a domicílio, embalava frutas. Apesar da pouca idade, foi posto no açougue.
 
Enquanto moía carne, a mão escorregou e ficou presa dentro do moedor. Perdeu todos dos dedos da mão. Parou de estudar e culpa o acidente. Passou por cirurgias. O empregador chegou a pagar por alguns remédios, mas nunca recebeu nenhuma indenização porque era informal.
 
Por insistência da mãe, retomou a escola e hoje cursa gestão financeira em uma faculdade. Trabalha em outra rede de supermercados, controlando a entrada e saída de mercadorias do estoque.
 
No começo era muita vergonha, fiquei triste com o que tinha acontecido, mas Deus me deu força e consegui superar afirma.
 
Em São José do Rio Preto (SP), Walter Anastácio Rosa tem dificuldade de falar sobre o acidente que sofreu aos 15 anos, quando ainda era aprendiz em uma fábrica de esquadrias metálicas. Apenas uma semana depois de começar o trabalho, a nova tarefa: operação de prensas. Sem treinamento, o acidente ocorreu de forma rápida. A lâmina de ferro esmagou três dedos e a ponta do indicador da mão esquerda. O menino parou os estudos por dois anos. Cerca de 20 anos depois, entrou na Justiça e recebeu R$ 150 mil de indenização. Hoje trabalha como segurança, mas o trauma permanece: a mão mutilada está sempre no bolso. (Clarice Spitz e Cássia Almeida)
 
Fonte: O Globo


Meus Dados

Dados do Amigo

Copyright © . IDISA . Desenvolvido por W2F Publicidade