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Parcerias formam profissionais com foco na gestão

11 de junho de 2014
 
Por Adriana Fonseca | Para o Valor, de São Paulo Silvio Laban, do Insper: nova pós-graduação para atrair jovens gestores
 
A falta de mão de obra qualificada é um problema real no setor de saúde, gargalo que se dá após anos de crescimento do segmento na casa dos dois dígitos. Não à toa, hospitais e escolas de negócios vêm se unindo em parcerias para formar profissionais de saúde com visão de gestão de negócios.
 
Com esse objetivo, um dos cursos mais tradicionais do setor no país é o MBA executivo em gestão de saúde, oferecido, em São Paulo, pela escola de negócios Insper, em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein.
 
Com uma turma por ano - a próxima começa em julho -, o programa completa dez anos em 2014. São cerca de 50 executivos seniores do setor, com experiência gerencial superior a cinco anos e formações variadas que cursam o programa anualmente. "São profissionais que precisam desenvolver uma ampla visão de negócios, bem como adquirir habilidades multifuncionais à sua gestão, com grandes equipes", afirma Silvio Laban, coordenador dos programas de MBA Executivo e Finanças do Insper.
 
Com a crescente procura pelo MBA, o Insper viu a necessidade de criar mais um programa na área da saúde, só que para profissionais com menos tempo de carreira - até três anos de experiência. "Como o processo seletivo para o MBA é pensado para profissionais seniores, este ano estamos lançando uma pós-graduação que tem como objetivo aprimorar as competências de gestão de jovens que atuam em organizações diversas do mercado de saúde", diz Laban. O curso leva o nome Certificate in Healthcare Management (CHM) e também foi desenvolvido em parceria com o Albert Einstein.
 
Além da atuação em São Paulo em parceria com o Insper, o Einstein começou a levar para Curitiba seus programas de especialização. O programa em conjunto com a Universidade Positivo teve início no ano passado, com uma pós-graduação em oncologia. "A parceria pressupõe a atribuição da divulgação e infraestrutura da Positivo e a docência e o conteúdo do Einstein, com a participação adjunta do curso de medicina da universidade", explica Manoel Knopfholz, diretor do departamento de desenvolvimento de negócios da Universidade Positivo.
 
A primeira turma, que concluiu o curso em abril, formou 18 pessoas e para este ano já estão abertas as inscrições para mais seis cursos de pós-graduação na escola, em parceria com o Einstein, além da pós em oncologia, que se repetirá. Entre os novos programas, "Gestão da qualidade em saúde" e "Hotelaria hospitalar". "A Universidade Positivo contempla em seu plano diretor estabelecer parcerias estratégicas e técnicas com instituições de excelência para trocar conhecimentos e experiências tanto na área de pesquisa como na de ensino, e a área de saúde não poderia ficar sem uma parceria de porte", afirma Knopfholz.
 
O Hospital Sírio-Libanês também disponibiliza o conhecimento de seu pessoal para capacitar profissionais de fora da instituição. Neste ano, o Sírio encerra o primeiro triênio do programa "Projetos de Apoio ao SUS", que busca formar profissionais do serviço público de saúde.
 
Roberto de Queiroz Padilha, superintendente de ensino do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, explica que o desenvolvimento dos cursos foi feito a partir de necessidades de formação dos gestores diagnosticadas pelo Ministério da Saúde. "Os programas foram construídos de forma conjunta", afirma Padilha. "O ministério vê que tipo de formação podemos oferecer e montamos os programas de acordo com a necessidade."
 
Também fazem parte do projeto o Conselho Nacional de Secretários da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde e a Fundação Dom Cabral.
 
Com recursos advindos de renúncia fiscal, o Sírio-Libanês investiu cerca de R$ 50 milhões nos três anos de programa e vai formar 21 mil profissionais até o fim do ano. Entre os cursos oferecidos estão "Gestão da clínica no Sistema Único de Saúde" e "Gestão de emergências no Sistema Único de Saúde".
 
O problema da mão de obra especializada no setor também é uma realidade em áreas mais técnicas. O entrave é tamanho que fez a multinacional GE Healthcare investir R$ 11 milhões na formação de trabalhadores, em uma parceria com o Senai-SP. "Para a GE Healthcare seguir com seus planos de crescimento precisa dessa ampliação na educação", afirma Daurio Speranzini Jr., vice-presidente comercial da empresa para América Latina.
 
Especializada na fabricação de equipamentos biomédicos, a GE Healthcare decidiu procurar o Senai-SP três anos atrás para dar início a um acordo que vem aumentando a oferta de cursos na área da saúde. O projeto começou em 2012, com a ampliação da estrutura e dos cursos oferecidos na escola do Senai na Vila Leopoldina, na zona oeste da capital paulista. O foco, então, era a capacitação de técnicos para manutenção de equipamentos.
 
A segunda fase do projeto, também na Vila Leopoldina, está sendo implementada neste mês e contempla outros profissionais, como médicos e enfermeiros, que utilizam equipamentos para exames de ressonância magnética, mamografia, ultrassom, entre outros. São poucos os profissionais que sabem utilizar todos os equipamentos que têm em mãos. Segundo Speranzini Jr., de todas as possibilidades que os aparelhos médicos fabricados pela GE Healthcare oferecem, apenas 30% é utilizada na maioria dos casos. "Os equipamentos são subaproveitados pelos médicos e, se isso for revertido, poderemos melhorar os diagnósticos", afirma.
 
Até aqui, a GE Healthcare investiu R$ 8 milhões de R$ 11 milhões previstos, sendo R$ 4 milhões em 2012 e R$ 4 milhões em 2013, valor que chega ao Senai-SP na forma de equipamentos de anestesia, ultrassom, mamografia, monitores de sinais vitais, berço aquecido e ventiladores, entre outros, além de estações de trabalho de imagem e uma solução completa de centro cirúrgico. Os R$ 3 milhões restantes serão colocados no projeto em 2016, quando a nova escola de saúde do Senai-SP no bairro do Cambuci deve ficar pronta.
 
O Senai-SP, por sua vez, está investindo R$ 19 milhões na reforma e ampliação da nova escola. O projeto, segundo Walter Vicioni Gonçalves, diretor licenciado da instituição, prevê transferir toda a unidade de saúde que hoje se concentra na Vila Leopoldina para o Cambuci.
 
Com a mudança, a área dedicada aos cursos do setor vai passar dos atuais 700 metros quadrados para mais de 6 mil metros quadrados e a capacidade de atendimento de alunos chegará a 5.600 estudantes por ano. Para efeito de comparação, desde 2005, quando o Senai-SP passou a oferecer cursos na área da saúde, a escola formou cerca de 5 mil pessoas. "Conseguiremos formar em apenas um ano o que levamos quase dez anos para formar", diz Gonçalves.
 
Entre os cursos oferecidos há o de "Princípios básicos de imagem por ressonância magnética", "Tomografia computadorizada cardíaca para radiologistas" e "Atualização em UTI: ventilação e monitorização", para citar apenas alguns.
 
David Jhonny Gomes, de 21 anos, é um dos jovens que estão se beneficiando com os novos cursos do Senai-SP. Com o segundo grau concluído, ele está terminando o curso técnico de manutenção e equipamentos biomédicos, com dois anos de duração. "Eu queria atuar na área hospitalar e pensei que o curso poderia abrir as portas de um hospital para mim", afirma o jovem.
 
Ele estava certo. Graças ao conhecimento adquirido nas aulas, Gomes conseguiu um estágio no Hospital Samaritano, em São Paulo. "Trabalho dentro do centro cirúrgico e minha função é garantir que todos os equipamentos estejam funcionando", afirma. "A área da saúde cresce bastante, tem espaço, mas tem que estudar para conseguir um emprego", afirma.
 
No Senac-SP a procura por cursos da área da saúde também está aquecida e, por isso, a escola vem ampliando sua capacidade de atendimento no setor. "Registramos 9.700 alunos matriculados anualmente nos cursos técnicos da área de saúde e bem-estar e temos a perspectiva de ampliação do atendimento em aproximadamente 10% ou 15% ao ano", afirma Roland Antonzottele, gerente de desenvolvimento do Senac São Paulo. O aumento no número de matrículas será possível graças à entrega de nove novas unidades e também à ampliação da oferta de programas a distância.
 
Entre as formações mais procuradas na escola estão os cursos técnicos de enfermagem, farmácia e radiologia. "Geralmente, os interessados são alunos em vias de conclusão, ou já concluintes do ensino médio, que buscam o rápido ingresso no mercado de trabalho", diz Antonzottele.
 
Ele ressalta que o momento é de expansão do mercado de saúde e que por se tratar de uma área prioritária para o país vem apresentando avanços constantes e significativos em termos de pesquisas científicas, novidades tecnológicas e fusões e aquisições, mas que ainda carece de recursos humanos. "O crescimento apenas se sustentará se houver capital humano qualificado em toda a cadeia, para superar os desafios inerentes ao segmento, desde a gestão até as áreas assistenciais."
 
Fonte: Valor Econômico


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