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Mosquitos alterados entram na luta contra a malária

11 de junho de 2014
 
Insetos têm prole preferencialmente de machos, o que ajuda a erradicar população
 
Uma alteração genética que força uma distorção na proporção sexual da prole dos mosquitos Anopheles gambiae, um dos principais transmissores da malária, foi criada por cientistas do Imperial College London em uma nova abordagem na tentativa de conter a doença, que segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde mata 627 mil pessoas anualmente - tornando-a uma das doenças infecciosas que mais matam no mundo. Segundo estudo publicado na "Nature Communications" os primeiros testes em laboratório indicam que o método criou um tipo de mosquito fértil que produz 95% de machos na sua prole. A doença é transmitida somente por mosquitos fêmeas.
 
MÉTODO É AUTOSSUSTENTÁVEL
 
Em experimento, os cientistas introduziram os mosquitos geneticamente modificados para produzir preferencialmente machos em cinco populações dos insetos criadas em gaiolas. Em quatro delas, isso eliminou todos os mosquitos em apenas seis gerações devido à falta de fêmeas. Os pesquisadores esperam que o resultado possa ser replicado na natureza, e com isso reduzir substancialmente ou mesmo erradicar os mosquitos transmissores da doença.
 
- Mas o que é mais promissor em nossos resultados é que eles são autossustentáveis - destaca Nikolai Windbichler, pesquisador do Imperial College London e um dos autores do estudo. Uma vez que os mosquitos modificados são introduzidos em uma população, os machos vão produzir principalmente outros machos, que por sua vez farão o mesmo, então essencialmente os próprios mosquitos fazem o trabalho (de erradicação) para nós. Esta é a primeira vez que cientistas conseguiram manipular sexualmente populações de mosquitos, mas são vários os grupos de pesquisa e empresas ao redor do mundo que buscam usar as armas da biotecnologia para ajudar no combate a doenças transmitidas por insetos. Recentemente, a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) deu sinal verde para a comercialização no Brasil de mosquitos transgênicos da espécie Aedes aegypti, transmissora da dengue.
 
Desenvolvidos pela empresa britânica Oxitec, estes insetos, da linhagem batizada 0X513A, nascem com uma disfunção metabólica que transmitem para a prole, fazendo com que toda ela morra ainda na fase de larva. Em testes em duas cidades na Bahia, a liberação periódica destes mosquitos provocou uma redução de até 90% na população local dos insetos.
 
ARMA BACTERIOLÓGICA
 
Já na Fiocruz, no Rio, estão em curso pesquisas em torno do uso de uma bactéria intracelular, conhecida como Wolbachia, para bloquear a transmissão do vírus da dengue pelo Aedes aegypti. A Wolbachia não é capaz de contaminar vertebrados, incluindo seres humanos, mas está presente em 70% dos insetos no mundo. Diante disso, os cientistas estão desenvolvendo linhagens da bactéria que interrompem o ciclo de vida do vírus dentro dos próprios insetos e, assim, impedem que eles transmitam a doença.
 
- Hoje a genética abre possibilidades de controle de populações de insetos vetores de doenças mais eficazes e sustentáveis do que as que tínhamos com as tecnologias anteriores - comenta Glen Slade, diretor global de desenvolvimento de negócios da Oxitec.
 
- No caso das doenças transmitidas por mosquitos como dengue, chikungunya, malária, a biotecnologia está criando possibilidades reais de resolver estes problemas.
 
Fonte: O Globo


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