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Gastos com saúde afetam o mundo corporativo

11 de junho de 2014
 
Fábio de Souza Abreu
 
Pressão alta, gastrite crônica, depressão e insônia. Quem acredita que, entre estes males, está a doença que mais afeta os executivos brasileiros, enganou-se plenamente. Pesquisa feita pela operadora de saúde Omint, com 18 mil profissionais de cargos de alta e média gerência, revelou que a rinite é o problema de saúde mais comum no mundo corporativo, atingindo 25,79% dos participantes. Na sequência aparecem alergia da pele (20,99%), problemas de visão (17,90%), ansiedade (17,87% ), dor no pescoço e ombro (17,6%), excesso de peso (16,12%), dor de cabeça frequente (14,92%), colesterol alto (12%), asma e bronquite (11,45%), insônia (99,16%), pressão alta (7,96%) e gastrite crônica (4,18%).
 
Muitas dessas doenças estão diretamente ligadas à poluição e ao ambiente de trabalho. Outras, entretanto, poderíam ser evitadas com a adoção de novos hábitos de vida. A mesma pesquisa revelou que 96,12% dos executivos não seguem uma alimentação regrada, 40,71% são sedentários e 10%, fumantes. O resultado de tais hábitos é o aumento considerável do número de doentes crônicos no país, que já ultrapassou a casa dos 59,5 milhões. Uma parcela bastante significativa da população, que tem provocado uma explosão nos gastos da Previdência Social, com cifras superiores a R$ 16 bilhões, além dos valores registrados pela assistência privada.
 
Mas não são todos os países que dividem a conta da má saúde dos trabalhadores entre empresas, governos e o próprio empregado. Levantamento feito pela Economist Intelligence Unit (EIU) ressalta que Áustria, Alemanha, Bélgica e Dinamarca são os países europeus onde as empresas são as maiores responsáveis por pagar o salário de um funcionário afastado por problemas de saúde. Nestes países, os empregadores arcam com 100% da remuneração dos empregados que ficam ausentes por um mês, enquanto na Holanda e em Portugal apenas o governo e o funcionário pagam as despesas.
 
O cenário, entretanto, muda quando se leva em conta as licenças médicas (afastamentos) por um ano. Neste caso, os holandeses respondem por 69% do salário, os australianos por 15% , italianos por 13% e belgas, dinamarqueses e alemães por 12% . A Noruega é o único país onde o trabalhador não desembolsa nada, enquanto Suíça e Reino Unido não oferecem nenhuma contrapartida por parte do governo.
 
No Brasil, os gastos da Previdência Social com pagamentos de benefícios acidentários e aposentadorias ultrapassam a casa dos R$ 14 bilhões. Esse montante, somado ao custo das empresas (acima de R$ 41 bilhões), eleva a cota para mais de R$ 55 bilhões. Em 2013, foram concedidos 31,199 milhões de benefícios, sendo 27,009 milhões previdenciários e acidentários, 13,8% a mais que em 2012.
 
De acordo com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), 48 milhões de pessoas têm cobertura de um plano de saúde suplementar privado no Brasil. Deste total, 63% (cerca de 30 milhões) são atendidas por planos coletivos empresariais, que compõem o pacote de benefícios oferecidos aos colaboradores, tornando as empresas as maiores pagadoras do sistema privado. Diante de tais números, o peso da saúde sobre a folha de pagamento das empresas saltou, em duas décadas, de 4% para 8%, chegando em alguns momentos a 12%.
 
Os pacientes crônicos já respondem por 70% dos custos assistenciais e comprometem a saúde financeira das operadoras. Administrar estes custos é hoje prioridade. É preciso diminuir o número de internações por meio da medicina preventiva e da mudança de hábitos de vida. Significa colocar na prática o que chamamos de Gestão de Saúde Populacional (GSP). Para as operadoras e empresas, o gerenciamento evita que o empregado falte ao trabalho e impede despesas desnecessárias, motivadas especialmente por passagens em prontos-socorros e hospitais.
 
Conceito nascido nos Estados Unidos, o GSP visa a transformar um modelo de saúde reativo e proativo, direcionando esforços para uma visão integral e preventiva para a toda a população independentemente de seu risco, desde o saudável ao paciente de alta complexidade. Significa criar metodologias e ferramentas, bem como aprimorar as já existentes, de modo que contribuam ou solucionem os desafios que as organizações encaram diante do atual cenário da saúde.
 
O GSP (Gestão de Saúde Populacional) evita que o empregado falte ao trabalho e impede despesas desnecessárias, motivadas por passagens em hospitais e prontos-socorros
 
Fábio de Souza Abreu é fundador e diretor executivo da AxisMed
 
Fonte: Brasil Econômico


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