Refeições feitas com o animal poderiam ser servidas em prisões
Rafaela Marinho e Carina Bacelar
Deputados federais e representantes de instituições civis debateram ontem na Câmara o excesso de jumentos nas estradas do Rio Grande do Norte e analisaram a possibilidade de inserir a carne desse animal no cardápio de presídios e escolas.
A polêmica proposta levou o ativista Kléber Jacinto, da ONG Defesa da Natureza e dos Animais, a organizar um abaixoa-ssinado. Contrário ao abate, o documento tinha ontem mais de 70 mil assinaturas.
Se antes os asnos serviam para levar cargas, agora são obstáculos aos meios de transporte e causam acidentes. Em 2013, a Polícia Rodoviária Federal do RN aprendeu 1.357 desses animais nas estradas. Este ano, já foram 600.
Em março, ciente da questão, o promotor de justiça Sílvio Brito promoveu dois almoços com pratos que levavam carne de jumento.
- Não existe barreira legal , que proíba o consumo dela. O que existe é uma barreira cultural. Temos um animal que é considerado uma praga, que ( está abandonado. O que queremos é devolver uma finalidade a ele - defende.
Mas sua iniciativa incomodou ambientalistas, advogados e políticos. A presidente da Comissão de Direito Ambiental da OAB-RN, Marise Costa, defendeu que os jumentos sejam usados em terapia ocupacional em vez de abatidos. Para ela, a medida é "cruel e constitui um crime ambiental"
VIGILÂNCIA SANITÁRIA
O embate também levou o deputado federal Ricardo Izar (PSD-SP) a redigir um projeto de lei que prevê a proibição de f abate de equinos, equídeos, mulas e jumentos.
- O que ele (o promotor Brito) fez é contra a Constituição, que diz que devemos proteger a fauna e flora do Brasil. Ele matou animais sem autorização da vigilância sanitária. .
Se o problema é populacional, deve ser resolvido com castração e outras políticas públicas adequadas.