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Prevenir e remediar

10 de julho de 2014
 
Entre as coisas menos controversas da saúde pública está que a prevenção de doenças é mais eficaz e mais barata do que o tratamento dos sintomas. Esse truísmo foi outra vez confirmado em estudo sobre o Programa Saúde da Família.
 
O PSF, abreviação pela qual é conhecido, começou a ser implantado no Brasil em 1994. Sua espinha dorsal constitui-se de milhares de equipes com um médico generalista, um enfermeiro, um auxiliar ou técnico de enfermagem e seis agentes comunitários de saúde.
 
Presentes em 95% dos municípios brasileiros, esses grupos ficam responsáveis por cuidados primários e aconselhamento aos residentes de uma área delimitada, por meio de visitas domiciliares. Hoje, 53% da população brasileira é alcançada pelo PSF.
 
O estudo em evidência foi editado no sábado pelo prestigiado periódico "British Medical Journal" (BMJ). De acordo com o artigo, de 2000 a 2009 a mortalidade por doenças cardíacas experimentou queda de 21% nos municípios atendidos pelo programa.
 
O efeito também foi registrado no caso de moléstias cerebrovasculares, com recuo de 18%. Considerados em conjunto, os dois grupos de enfermidades provocam a morte de 350 mil brasileiros por ano.
 
Um dos reparos que se faz ao artigo ressalva que a melhoria desses indicadores não decorre apenas da ação do PSF. Concorreriam ainda outras políticas públicas, como campanhas contra o tabagismo.
 
Segundo o raciocínio, problemas cardíacos e vasculares retrocederiam de toda maneira, com ou sem as visitas domiciliares. É o que ocorre há cinco décadas, bem antes do advento do PSF.
 
Uma das autoras do estudo, Rosana Aquino Pereira, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), pondera que a pesquisa aplicou o controle estatístico de outras variáveis --educação, renda, condições de moradia-- para isolar os ganhos com o programa.
 
Além disso, encontrou divergências significativas entre municípios em que o PSF se encontra em fases diferentes. Verifica-se mortalidade cardiovascular maior naqueles em que ele ainda é incipiente.
 
Uma rede de cuidados básicos pode não ser a responsável solitária pela melhora da condição do público-alvo do SUS, mas é parte decisiva desses avanços. Tanto é que já se diagnosticou a necessidade de articulá-la com o sistema privado de planos de saúde, que padece com uma alta de custos pela complexidade dos tratamentos para aquilo que não se preveniu.
 
Fonte: Folha de S. Paulo


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