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Debate: Preconceito sobre eventual uso terapêutico dos canabinoides causa entrave nas pesquisas e receio de prescrição

 

Debate sobre uso do canabidiol lotou Centro Ruth Cardoso
Integrantes da campanha Repense de Conscientização, que propõe informação e conscientização sobre a “maconha medicinal”, organizaram um encontro no Centro Ruth Cardoso, na noite do dia 22 de julho, a fim de discutir questões científicas, éticas e legais que influenciam a decisão de um médico a prescrever, ou não, ocanabidiol (CBD).
O evento contou com a participação de Mauro Aranha,psiquiatra e vice-presidente do Cremesp; de Drauzio Varella, oncologista; de Tarso Araújo, jornalista, autor do Almanaque das Drogas, do blog Psicoativo e participante da campanha Repense; e a mãe de uma  menina com síndrome de Dravet.
Para Mauro Aranha, a campanha Repense poderia alterar o termo “maconha medicinal” para o “uso terapêutico dos canabinoides”. Tal sugestão deve-se ao preconceito da sociedade em torno do tema que envolve a cannabis. “Seria mais oportuno fazer a campanha do uso terapêutico dos canabinoides em geral. A cannabis significa um agregado de canabinoides, alguns psicoativos e outros eventualmente terapêuticos, que são os que realmente interessam isolar”, diz.

Drauzio Varella: "preconceito social afasta cientistas das pesquisas"
Varella acredita que o preconceito é culpado pelo entrave nas pesquisas e pela difícil aceitação do médico em  cogitar a prescrição do CBD, que também teme pela punição ética. “O preconceito social afasta cientistas e patrocinadores das pesquisas. A morfina, que utilizamos, é um derivado do ópio e representou um avanço significativo na Medicina. Mas ela traz mais efeitos colaterais no paciente do que os canabinoides parecem trazer . Então, não tem porque proibir a pesquisa da cannabis”, diz.

Resistências
Se o médico resiste em prescrever o CBD por receio de eventuais punições ético-profissionais, por parte dos pacientes, a insegurança vem da possibilidade de ficar sem o tratamento. Isso acaba resultando em um impasse na busca da autorização na Anvisa. “O Código de Ética Médica impede que o médico prescreva substâncias não aprovadas pelas autoridades sanitárias. Por outro lado, a agência reguladora — que em um caso específico liberou a importação do canabidiol —, pede como parte dos documentos a receita médica. Acaba que um fica preso ao outro”, comenta Mauro Aranha.

Mauro Aranha: "médico deve consultar o Conselho Regional de Medicina"
Para ele, o ideal é o médico avaliar cada caso de maneira única. Se algum paciente não responder aos fármacos convencionais já aprovados pela Anvisa, e, por isso, exigir uma providência especial, como no caso da Síndrome de Dravet, o profissional deve consultar o Conselho Regional de Medicina e agir conforme orientação. “A solução de âmbito populacional depende da Anvisa, mas em casos individuais, podemos ajudar.  É necessário lembrarmos que é na ponderação dos princípios bioéticos que encontramos soluções para casos de difícil decisão. No caso em tela, o princípio da beneficência e da autonomia dos pacientes envolvidos devem ser fortemente considerados.
Além do debate, foram exibidos dois curtas-metragens, produzidos pelos integrantes da campanha Repense. Os filmes retratam os empecilhos de duas mães que buscam tratamento para seus filhos à base de CBD. Até setembro, mais duas produções como essas serão lançadas. Para mais informações sobre a campanha, acessewww.campanharepense.org


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