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Oms envia ajuda para tratar novo surto de ebola na áfrica

26 de agosto de 2014
 
Cepa diferente do vírus já teria matado 13 pessoas no congo; casos não estariam relacionados a epidemia no oeste do continente
 
Cesar Baima
 
O surgimento de um segundo surto de ebola na República Democrática do Congo (RDC, país anteriormente conhecido como Zaire) aumentou a preocupação dos especialistas com a vulnerabilidade da população da África à doença e o risco de que ela se espalhe para outras partes do mundo. No fim de semana, o ministro da Saúde da RDC, Felix Kabange Numbi, informou que testes confirmaram a infecção por ebola em duas de 13 vítimas fatais de uma febre hemorrágica na remota localidade de Djera, na província de Équateur, cerca de 1,2 mil quilômetros ao norte da capital Kinshasa.
 
Diante da confirmação do reaparecimento do ebola na RDC, país que já enfrentou outros seis surtos da doença e onde o vírus foi identificado pela primeira vez, em 1976, a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou ontem o envio de suprimentos e equipamentos de proteção para o pessoal médico do país. Na semana passada, a OMS tinha posto em dúvida a causa das mortes em Djera, já que a região sofre com uma série de outras doenças, como gastroenterite hemorrágica, que poderiam explicar as mais de 70 mortes registradas nas últimas semanas. A organização, porém, também informou que serão feitos novos testes para confirmar se a cepa do ebola desta epidemia na RDC é mesmo diferente da que atinge o Oeste africano.
 
- O Ministério da Saúde (da RDC) declarou um surto (de ebola), e o estamos tratando como tal - justificou Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS.
 
De acordo com Numbi, porém, o surto em seu país não tem relação com a epidemia que atinge Serra Leoa, Guiné, Libéria e Nigéria e que já matou quase 1,5 mil pessoas desde seu início, em março, já que teria sido provocado por uma linhagem (cepa) diferente do vírus, conhecida como "Sudão", enquanto a que se espalha nos quatro países do Oeste africano é a chamada "Zaire".
 
- Os resultados foram positivos. O vírus ebola está confirmado na RDC - disse Numbi. - Mas esta epidemia não tem nenhuma ligação com a que está acontecendo agora no Oeste da África.
 
Segundo Numbi, uma área num raio de cem quilômetros em torno de Boende, capital do distrito de Tshuapa, onde está Djera, foi posta em quarentena, enquanto as vítimas de 11 novos casos suspeitos de ebola na região foram isoladas e cerca de 80 pessoas que tiveram contato com os doentes estão sendo procuradas.
 
- A experiência adquirida nas seis epidemias anteriores de ebola nos ajudará a conter esta - afirmou.
 
Presidente da Sociedade de Infectologia do Estado do Rio de Janeiro, Alberto Chebabo diz que, caso se confirme que as duas epidemias atuais de ebola na África estão sendo provocadas por linhagens diferentes do vírus, elas não estão mesmo diretamente relacionadas. Ele destaca, no entanto, que o surgimento da doença na RDC ao mesmo tempo em que outra região do continente já enfrenta um surto é preocupante.
 
- Isso mostra como a Humanidade está vulnerável ao ebola, especialmente na África, onde as áreas de contato com prováveis animais hospedeiros da doença estão se ampliando, e aí começamos a ver cada vez mais a transmissão entre humanos - avalia.
 
Chebabo, porém, descarta a possibilidade de que as epidemias simultâneas acabem por provocar uma combinação e mutação nas diferentes cepas do vírus que resultem na criação de um "superebola". Atualmente são conhecidas cinco linhagens do ebola - Bundibugyo, Zaire, Sudão, Reston e Tai Forest -, sendo que apenas as primeiras três foram associadas a epidemias na África. As outras duas foram identificadas nas Filipinas e na China e, pelo que se sabe, só a Reston também pode infectar humanos, embora nenhum caso da doença ou morte provocada por ela tenha sido registrado.
 
- Uma nova linhagem possivelmente só surgiria nos animais hospedeiros primários, já que normalmente, para um vírus sofrer uma mutação, ele deve circular por muito tempo numa população - diz. - Nos humanos, hospedeiros intermediários, o vírus dificilmente vai evoluir, até porque suas vítimas morrem rápido.
 
Fonte: O Globo


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