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Saúde privada no Brasil, o futuro pede reformas

12 de setembro de 2014
 
MÁRCIO SERÔA DE A. CORIOLANO
 
Presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde)
 
Projeções apontam 65 milhões de idosos brasileiros em 2050. Como garantir a continuidade do acesso aos serviços essenciais? No atendimento à saúde - área com procedimentos caros -, é preciso promover a reforma regulatória do setor privado, de imediato. No Brasil, os custos assistenciais avançam em torno de 18% ao ano; nos EUA, 5%. Por isso, as afiliadas à Federação Nacional de Saúde Suplementar, que reúne 16 grandes grupos de operadoras, vêm convocando os consumidores a tomar seus lugares como fiscais dos gastos assistenciais.
 
Indicadores mostram o empenho das operadoras em corrigir eventuais imperfeições. Segundo a última publicação Foco - Saúde Suplementar, da ANS, em março de 2014, o índice de reclamações caiu pelo quinto mês seguido, para os conjuntos de operadoras de pequeno, médio e grande portes. Entre as dez áreas monitoradas pelo Procon-SP, planos de saúde ocupam as últimas posições do ranking de queixas (7º, 9º, 8º e 7º lugares) de 2010 a 2013. Planos respondem por quase 90% do movimento em hospitais, e a Saúde Suplementar gira mais de R$ 100 bilhões ao ano. O crescimento da economia estimulou os empresários a fazer do plano uma moeda forte para reter trabalhadores. Hoje, há 71 milhões de beneficiários. O SUS realizou, em 2012, 4,5 ressonâncias nucleares magnéticas, 18,4 tomografias computadorizadas por grupo de mil habitantes e 3,5 consultas per capita. Já na Saúde Suplementar, a entrega foi de 90,4 ressonâncias, 95,4 tomografias por mil habitantes e 5,6 consultas per capita.
 
Mas há ameaças à sustentabilidade do setor, como a voraz inflação médica. Além de refletir aumento de preços, o "Dragão da Saúde Suplementar" resulta da incorporação tecnológica e do aumento da frequência no uso dos recursos para assistência médica. Entre 2007 e 2013, o IPCA bateu em 44%. Já a variação da despesa assistencial per capita acumulou 101%, e a correção autorizada pela ANS para planos individuais foi de 61%, gerando passivo. Só nos pagamentos a hospitais, os custos aumentam, anualmente, em tomo de 15%. Próteses recomendadas por médicos, inexplicavelmente, chegam a custar mais de R$ 500 mil. Outra equação a solucionar é em que circunstâncias as inovações tecnológicas devem se tomar coberturas obrigatórias. Não é arriscado afirmar que a decisão deve se orientar pelo interesse da coletividade, e não da exceção e do que elitiza.
 
Ainda segundo o boletim Foco Saúde Suplementar, a margem líquida das operadoras caiu de 5,18%, em 2010, para 2,22%, em 2013. Ano passado, pela primeira vez em cinco anos, o mercado fechou positivo. A velha e boa matemática prediz: baixo retomo financeiro afugenta investidores. Nos EUA, em 2011, após 32 anos, a inflação foi maior que a variação dos gastos com saúde. No pós-crise, período disciplinador, o crescimento da despesa assistencial ficou estável, em 3% ao ano, mais próximo da inflação geral. A coparticipação dos cidadãos nos pagamentos de procedimentos médicos também os tornou mais diligentes na fiscalização dos gastos.
 
Educação financeira sempre produz resultados. Mas é preciso adesão da cadeia produtiva da saúde. As associadas à FenaSaúde lançaram o Guia do Consumidor, entre outras ações que podem ser conhecidas no hotsite "Plano de Saúde - O que saber" (http: / / www mlanodesaudeoquesaber. com.br/). É hora de somar forças. A grande novidade é que todos nós, vivendo bem mais, seremos o futuro.
 
De 2007 a 2013, o IPCA bateu em 44% . Já a variação da despesa assistencial per capita acumulou 101% . A correção autorizada pela ANS para planos foi de 61%
 
Fonte: Brasil Econômico


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