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Esforço em prol dos pedestres

18 de setembro de 2014
 
Ed Alves/CB/D.A Press
 
Motoristas e motociclista aguardam a passagem de pedestres na Asa Sul: no DF, o respeito à faixa prevalece
 
A Semana Nacional de Trânsito começa hoje com ações voltadas para promover a travessia segura de pistas e a conscientização de motoristas. De janeiro a junho, 65 pessoas morreram atropeladas no Distrito Federal
 
 
ISA STACCIARINI
 
A cada três dias, um pedestre morre atropelado no Distrito Federal. A prioridade assegurada por lei para quem anda a pé e as faixas de segurança têm se mostrado ineficazes para poupar a vida dos mais frágeis integrantes do sistema de trânsito. A imprudência e o desrespeito às normas de circulação ditam o luto de famílias destroçadas pela perda abrupta do ente querido. No primeiro semestre deste ano, pelo menos 65 pessoas que tentavam atravessar as ruas na capital do país morreram. Historicamente, o número de vítimas vem caindo. Em 2001, houve 165 mortos, o maior índice já registrado. Em 2013, foram 125, queda de 32%.
 
No Brasil, as estatísticas estão desatualizadas. O dado mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde é de 2011, quando 11 mil pedestres morreram, média de 30 por dia. Os números são tão alarmantes que o tema da Semana Nacional de Trânsito deste ano é a segurança de quem anda a pé. Com o slogan "Década Mundial de Ações para Segurança de Trânsito -- 2011/2020: Cidade para as pessoas, proteção e prioridade ao pedestre", os próximos sete dias serão marcados por ações educativas para alertar a população sobre práticas seguras de travessia e de direção veicular.
 
A programação do Detran será aberta em Ceilândia, às 10h de hoje. As atividades estarão voltadas para os públicos infantil, jovem, adulto e idoso. Também haverá conscientização no Parque da Cidade e no Eixão Norte, além do Paranoá e de Planaltina.
 
Há três meses, Rosalina dos Santos, 49 anos, e o neto de 8, quase foram atropelados sobre a faixa. A auxiliar de lavanderia conta que já estava na metade da travessia quando um veículo passou em alta velocidade. "Ele aparentou que ia parar, mas seguiu direto. Se eu não recuasse, teria sido atingida. Meu neto já tem a consciência de que, mesmo na faixa, é preciso ter muito cuidado. Nem todos os motoristas param", destaca.
 
No DF, o Detran se antecipou e deu início às campanhas educativas ainda no primeiro semestre. Desde maio, os servidores da autarquia percorrem as ruas orientando e distribuindo panfletos. O diretor-geral da autarquia, Rômulo Félix, esclarece que as mortes no DF têm relação direta com a imprudência de motoristas e a travessia em local indevido. "O código de trânsito estabelece que os pedestres não podem atravessar fora da faixa quando ela está a 50 metros ou menos de distância. Mesmo assim, muitas pessoas se arriscam. A imprudência do motorista também tem relação com os índices de morte, uma vez que os condutores são responsáveis pela segurança dos pedestres", afirma.
 
A maior parte das vítimas deste ano é do sexo masculino: 49 até junho. O número é três vezes maior se comparado às mulheres mortas nas mesmas circunstâncias. No ano passado, eles também lideraram as estatísticas (veja arte). Segundo Félix, a mobilização nacional visa, primordialmente, conscientizar sobre a necessidade de se garantir a segurança do pedestre. "Estão programadas tarefas e encontros em parceria, inclusive, com escolas. Está prevista a participação de 5,7 mil alunos de 11 unidades de ensino públicas e particulares. Será montado um local com estrutura para ações educativas, e um ônibus será fornecido para levar e buscar os estudantes que vão participar da programação", esclarece o diretor-geral do Detran.
 
Epidemia
 
A coordenadora de Qualificação do Fator Humano no Trânsito do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), Maria Cristina Hofmann, explica que, a cada ano, a Câmara Temática de Educação e o Contran definem temas de acordo com os principais problemas que encontram nas ruas. Segundo relatórios da Organização Mundial da Saúde (OMS), as mortes no trânsito representam um problema de saúde pública epidêmico e, de acordo com Hofmann, os pedestres são os mais vulneráveis. "A Semana Nacional de Trânsito começou em 2011 e, segundo dados do Ministério da Saúde, só naquele ano, morreram 11 mil pedestres em todo o Brasil. É um grupo de alto risco", esclarece.
 
Segundo ela, durante a Semana Nacional, haverá campanha publicitária de conscientização do público. Órgãos de trânsito desenvolverão ações específicas em todo o Brasil. Em âmbito nacional, serão veiculadas propagandas com o conceito: "Pedestre e motorista. Responsabilidade é uma via de mão dupla". A ideia é despertar na população o sentimento de que a paz no trânsito depende de todos.
 
Fique atento
 
Veja abaixo os deveres e os direitos do pedestre no Código de Trânsito Brasileiro (CTB):
 
É assegurada ao pedestre a utilização dos passeios ou passagens apropriadas das vias urbanas e dos acostamentos das vias rurais para circulação Ciclistas que não estão sobre a bicicleta equivalem a pedestres, com os mesmos direitos e deveres.
 
Quando não houver calçada ou não for possível utilizá-la, o percurso deve ser feito na pista de rolamento, o mais próximo possível do meio-fio, e em fila única.
 
Nas vias rurais sem acostamento, a regra também é andar em fila única e no sentido contrário ao dos carros.
 
Para cruzar a pista, o pedestre deve levar em conta, principalmente, a visibilidade, a distância e a velocidade dos veículos, utilizando semprea faixa se ela estiver a até 50 metros de distância.
 
O pedestre tem prioridade caso não exista semáforo. Do contrário, deve-se obedecer à sinalização.
 
Se não houver faixa, a travessia deve ser feita no sentido perpendicular ao da via e rapidamente.
 
Antes de atravessar ou caminhar pela pista, sempre se certificar de que é possível fazer isso sem prejudicar o tráfego.
 
Projeto nacional
 
Segundo o governo federal, o Projeto Vida no Trânsito foi implantado em todas capitais, com o objetivo de reduzir os casos de mortes e feridos em decorrência de acidentes no trânsito. Desde o início do projeto, foram liberados cerca de R$ 41,3 milhões para as atividades do Vida no Trânsito. Em setembro de 2012, o Ministério autorizou o repasse de R$ 12,8 milhões e, em 2013, foram mais R$ 13,5 milhões para as capitais dos 26 estados e o Distrito Federal.
 
Fonte: Correio Braziliense


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