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Sírio Libanês, Everis e 3M investem em DRG

Publicado por: VERENA SOUZA
 
Editora-adjunta
 
Publicado em 27 de Outubro de 2014 às 11h38
 
Parceria dá início ao desenvolvimento e implantação do Grupo de Diagnósticos Relacionados no hospital, para a melhor gestão assistencial e de serviços
 
Uma bagunça! CID 10, AMB 90, AMB 92, AMB 96, TUSS, tabela SUS...Quem é familiarizado com os códigos de classificação de doenças e procedimentos assistenciais do sistema de saúde brasileiro conhece o emaranhado de tabelas existentes, assim como os gargalos na hora de avaliar o consumo de serviços de acordo com o tratamento de cada paciente internado. Apesar das tentativas de padronização, a realidade é que este legado tem comprometido a visão sistêmica que o gestor deveria ter sobre a relação da qualidade assistencial e seus custos. Nem os hospitais considerados excelentes, como é o caso do Sírio Libanês, de São Paulo, escapam dessa falta de clareza.
 
Para acabar de vez com essa, digamos, obscuridade no “patrimônio clínico”, o Hospital Sírio Libanês fechou parceria com a consultoria espanhola Everis e a gigante norte-americana 3M afim de desenvolver um Grupo de Diagnósticos Relacionados (DRG) adequado à realidade brasileira.
 
Oriundo nos EUA do fim da década de 60 e, atualmente, utilizado por todos os países da Europa ocidental, o DRG tem o propósito de qualificar os atendimentos de internação dos hospitais, segundo o grau de utilização dos serviços prestados. Para isso, por meio de um software realiza a categorização dos casos hospitalares. Apesar de cada paciente ser único, o sistema cruza aspectos comuns como o diagnóstico, a idade e os procedimentos realizados e, dessa forma, estabelece pacotes clínicos ou cirúrgicos, que contemplam a quantidade de recursos necessários para o tratamento.
 
Por exemplo: dois pacientes são internados com pneumonia. Um deles é diabético, hipertenso e tem 80 anos, enquanto o outro tem 20 anos e nenhuma complicação. Neste caso, com base no código DRG, fica nítido que o custo da internação será diferente.
 
Estudioso do assunto, o superintendente de novos negócios do Hospital Sírio Libanês, André Osmo, ressalta o benefício da comparabilidade da performance clínica entre equipes médicas e hospitais que seguem a metodologia. “Por isso apostamos em utilizar um DRG reconhecido internacionalmente”, contou Osmo com exclusividade ao Saúde Business 365.
 
Ao longo dos anos, o MS-DRG, usado nas relações comerciais dos hospitais americanos, vem sendo atualizado, e a 3M foi responsável por alguns desses ajustes em parceria com o Estado de Nova Iorque. Com isso, a empresa acabou patenteando essas alterações, dando origem ao AP e APR-DRG, estes não sendo de domínio público, como é o caso da codificação original MS-DRG.
 
No caso do acordo voltado para o Brasil, a intenção é colaborativa. Segundo o sócio da área de saúde da Everis no Brasil, Vicente Olmos, o interesse da organização está na expansão de suas soluções de análises da gestão do conhecimento clínico, podendo ser realizadas a partir, por exemplo, das informações geradas pelo DRG; do Sírio em se lançar à frente nesta reorganização das informações quanto aos atendimentos e custos; e da 3M em ter seu algoritmo comercializado no País.
 
“Se conseguirmos desenvolver algo consistente, o Sírio, além se conhecer melhor internamente, também tem por objetivo oferecer ao Ministério da Saúde a possibilidade de adotar esse modelo”, ponderou Osmo, lembrando que a solução abre a possibilidade de atrelar a remuneração com a performance e qualidade assistencial das instituições. “Mas este nunca deve ser o aspecto central do DRG”, concluiu Osmo.
 
Complexidade brasileira
 
O grande trabalho a ser enfrentado para a implantação no Brasil está no cruzamento dos dados necessários (idade, CID da doença principal, CID das comorbidades etc) para a geração do DRG, já que as instituições de saúde não possuem uma tabela de procedimentos padronizada.
 
Para se ter uma ideia, os americanos usam mais de 80.000 códigos de procedimentos e no Brasil temos 7.200 códigos TUSS (na saúde suplementar) e aproximadamente a mesma quantidade no SUS.
 
“No projeto piloto, o CID-10, usado no Sírio, terá que ter codificação acertada para a inclusão dos códigos de comorbidades e efetuar o cruzamento com o CID-10 e as tabelas locais de procedimentos, envolvendo AMBs , TUSS, junto com as internacionais”, explicou Olmos.
 
Apesar da complexidade, o superintendente do Sírio diz estar otimista quanto aos trabalhos, até pelo respaldo da 3M e conhecimento da Everis a respeito da experiência europeia. A Everis tem em seu time Eduardo Vigil, atual diretor médico global e ex-diretor de planejamento sanitário da Espanha no início do governo de Felipe González (1982-1996).
 
No período, Vigil acompanhou a ampla transformação do sistema de saúde espanhol. “Tínhamos bons hospitais, boa formação de profissionais, mas não tínhamos informações do que se passava dentro dos hospitais. Não sabíamos, por exemplo, quantas pessoas enfartavam”, contou, relembrando como era antes do DRG ter sido implementado.
Tendência?
 
Mesmo na fase inicial, outros prestadores de saúde também estão de olho no DRG como estratégia de gestão no longo prazo, como é o caso da verticalizada Unimed BH, com mais de 5 mil médicos cooperados, 350 prestadores credenciados, tendo iniciado o projeto de implantação em 2013.
 
No caso da operadora, a parceria se deu por meio do Instituto de Acreditação e Gestão em Saúde (IAG Saúde), que estuda o modelo americano desde 2001 e desenvolveu o DRG Brasil – caracterizado por ser uma correlação dos códigos brasileiros TUSS/SUS com os códigos do MS-DRG.
 
Para saber mais detalhes desta iniciativa, clique aqui.
 
Fonte: Saúde Business


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