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Todos os focos no câncer de próstata

04 de novembro de 2014
Fonte: saúde na Web
 
 
Prédio do Congresso Nacional iluminado: campanhas anuais para diminuir o índice de mortes por câncer tratável
 
Novembro chega tingindo de azul os monumentos para lembrar a necessidade dos exames preventivos da doença que acomete um homem no Brasil a cada sete minutos. Falta de informação e preconceito dificultam o diagnóstico precoce do tumor
 
» Zulmira Furbino
 
Belo Horizonte -- Tomados por uma iluminação azul, prédios e monumentos espalhados pelo país sinalizam, durante o mês de novembro, para um problema que, só neste ano, passará a fazer parte da história de 69 mil homens: o câncer de próstata. Nos mesmos 12 meses, cerca de 13 mil brasileiros vão morrer em decorrência da doença, o que significa um óbito a cada 40 minutos. Ainda assim, pouco se faz para combatê-la. Prova disso é que, em mais de 95% dos casos, o tumor é descoberto em fase avançada. Tentando mudar esse cenário por meio da conscientização, o Instituto Lado a Lado pela Vida, em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), conduz no Brasil o Novembro Azul, um movimento iniciado na Austrália, em 2003.
 
"Pessoas do sexo masculino não costumam ir ao médico porque acham que são super-homens, e o câncer de próstata, quando não é detectado no início, raramente tem cura", alerta Carlos Corradi Fonseca, presidente da SBU. De acordo com ele, a doença rouba do homem 7,3 anos de vida na comparação com as mulheres. O urologista recomenda que, a partir de 50 anos, seja feito o exame periódico, o toque retal e o PSA (marcador tumoral detectado pelo exame de sangue). Se houver histórico familiar e, se a pessoa for negra ou obesa, a recomendação é procurar um urologista a partir dos 45.
 
Fonseca alerta que o câncer de próstata é assintomático na fase inicial. "O exame de toque e o PSA detectam a maior parte dos tumores em fase inicial e, nesses casos, as chances de cura são de 90%", avisa. Segundo ele, os tumores são classificados como pouco, mediano ou muito agressivo. "No caso de ser diagnosticado um câncer pouco agressivo, é possível pensar em um tratamento inicial a partir de uma observação vigilante. Se ele é médio ou muito agressivo, o tratamento deve ser iniciado logo que é dado o diagnóstico, principalmente com cirurgia ou radioterapia", explica. A cirurgia, assegura, é o tratamento com maior índice de cura. Quando a doença se espalha, a saída é a hormonoterapia, procedimento que inibe a produção de testosterona no organismo.
 
Falhas no rastreamento
 
Professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e urologista do Instituto Biocor, Daniel Xavier Lima conta que um estudo norte-americano sustentou que não houve redução da mortalidade por câncer de próstata em função do rastreamento. Por esse motivo, o Ministério da Saúde retirou o exame de próstata da rotina obrigatória, aumento a dificuldade em conscientizar as pessoas, principalmente as atendidas na rede pública, sobre a importância do exame de toque. "Trata-se de um estudo isolado que, infelizmente, teve muita repercussão porque muitos médicos generalistas interpretaram que não seria mais preciso fazê-lo", lamenta.
 
Lima acredita que o efeito a longo prazo dessa medida não será satisfatório. "Leciono no Hospital das Clínicas e observo que os pacientes já não estão sendo encaminhados para o rastreamento. Isso vai levar, daqui a alguns anos, a um aumento no número de tumores avançados", acredita. De acordo com ele, o rastreamento é responsável por 40% na redução das mortes por câncer de próstata de 1990 para cá. "Esse procedimento ficou mais popularizado a partir de meados da década de 1990 com a realização do PSA e do toque. Nada pode justificar essa redução na procura a não ser a sua diminuição, até porque o número de diagnósticos aumentou."
 
Bruno Ferrari, oncologista e presidente do Conselho Administrativo da rede Oncoclínicas do Brasil, chama a atenção para outro problema: esse tipo de tumor não acomete apenas os idosos. A partir dos 50 anos, a frequência dele começa a aumentar. Depois da cirurgia, as duas maiores sequelas, segundo ele, são a incontinência urinária e a disfunção erétil. Ambas têm tratamento e podem ser revertidas. "São essas duas coisas que afastam o homem do diagnóstico. Mas é preciso lembrar que, quanto mais precoce é o tratamento, menos mutilante ele é."
 
A campanha Novembro Azul é realizada no Brasil há cinco anos e, desde então, de acordo com o oncologista, houve um pequeno aumento no número de diagnósticos precoces. "Precisamos envolver toda a sociedade e não apenas os médicos. A gente vê poucos casos sobre a doença na mídia. As celebridades não aparecem morrendo de câncer de próstata", lembra.
 
Para saber mais
 
Auxílio da fisioterapia Para ajudar os pacientes na recuperação durante o pós-operatório em decorrência do câncer de próstata, uma das recomendações é a fisioterapia para disfunções do assoalho pélvico. De acordo com a fisioterapeuta Maria Cristina da Cruz, responsável pelo serviço no Hospital das Clínicas, o tratamento consiste em educar o paciente sobre a forma como o corpo vai funcionar depois da cirurgia e sobre qual será o seu papel na própria recuperação. Ela chama a atenção para o fato de que o tratamento difere de pessoa para pessoa. "Não adianta fazer exercícios genéricos. Para haver resultado, as contrações devem ser adequadas, e os exercícios específicos para cada caso." De acordo com a especialista, além de tomar consciência da própria musculatura e de fazer os exercícios, alguns homens precisam ser submetidos à eletroestimulação e ao biofeedback, que permite a visualização da qualidade das contrações.
 
Depoimento
 
Acompanhamento eficaz
 

"Fiz vasectomia aos 34 anos e meu médico me orientou a fazer exames anuais com um urologista, já que meu pai havia tido câncer de próstata. Segui a recomendação. Pensei que, para um homem, o exame de toque não deve ser muito mais desconfortável do que o exame ginecológico feito nas mulheres. No fim do ano passado, fui a uma consulta de rotina. Eu não sentia dor nem retenção urinária e nenhum sintoma. Mas, ali, verificamos que meu PSA estava baixo, mas vinha aumentando um pouquinho ano a ano. Meu urologista não gostou e pediu uma biópsia. Dez dias depois, fiz o exame e foi batata. Havia um tumor, ele era de uma agressividade absurda, mas, para a minha sorte, estava totalmente restrito à próstata. Se eu demorasse alguns meses para descobrir, a situação poderia ter saído do controle. Antes de operar, procurei uma fisioterapeuta, comecei a fazer os exercícios e continuei depois da cirurgia. Acredito que isso me ajudou muito na recuperação. O fundamental é não ter medo de fazer o exame e não fazer mistério sobre as coisas. A recuperação é chata, lenta, desconfortável e fica mais suportável com o carinho da família, como aconteceu no meu caso. O apoio da minha mulher e dos meus filhos foi fundamental no período. No fim das contas, trocar um câncer agressivo por uma incontinência urinária passageira é um ótimo negócio." Alberto Camisassa, superintendente da Fundação Sidertube e diretor-presidente do Cine Theatro Brasil Vallourec 



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