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2009 - 31 - 492 - DOMINGUEIRA - A CIDADE MAIS SAUDÁVEL

1. A CIDADE MAIS SAUDÁVEL - Gilson Carvalho

Estou ressuscitando este texto em homenagem ao meu amigo Álvaro, médico de família, que adotou e foi adotado por Tarumã, já há vários anos, com um imenso desafio e compromisso de ajudar pessoas a serem melhores e mais felizes.
Eu acabara de fazer minha palestra na plenária do Congresso de Secretarias Municipais de Saúde do Estado de São Paulo, em julho de 1996, em Ribeirão Preto-SP, dirigido pelo meu amigo pediatra Luiz Carlos Raya. Pegou do microfone a então Secretária Municipal de Saúde de Tarumã que disse, arrebatada pela empolgação:“a minha pequena cidade Tarumã, recém emancipada, será no ano 2005 a cidade mais saudável entre as de seu porte”.
Gostei da audácia, que pareceu constranger os presentes. Está aí uma proposta para cada um de nós. Ter firmeza. Coragem de assumir um desafio. Não gostamos de nos arriscar em afirmativas ousadas. É tão raro deixarmos aflorar nosso entusiasmo colegial. A garra juvenil. Esquecer-se, felizmente, do viés técnico que embota muitas vezes a espontaneidade da empolgação.
Precisamos falar por nós e contagiar os que nos cercam. Aprender sempre. Mas sempre ensinar o entusiasmo de termos sonhos transformado em metas. Sabermos onde queremos chegar. Quais os macro objetivos que perseguimos.
Inúmeras cidades deste Brasil: velhas, novas e apenas adolescentes aguardam pela adoção de indivíduos entusiasmados, comprometidos. Homens, mulheres e crianças, anônimos povos urbanos, rurais ou da floresta, estão esperando por técnicos que ajudem a pensar e trabalhar o seu futuro. Tirar de um futuro provável, de perspectivas sombrias, para um futuro preferível de melhor qualidade de vida.
A decisão acertada, precisamos tomar. Nosso fazer na saúde não pode mais ser apenas a luta pela ausência de doença. Temos que alçar vôo mais alto. Ter como meta a qualidade de vida. O futuro melhor. A felicidade.
Que todos nós possamos beber mais uma lição: decidir pelo maior. Optar pelo mais grandioso. Mesmo em meio a tudo que nos falta e que dificulta o trabalho de cada dia, temos o que fazer. Ainda devemos pensar grande. Alto. Longe.
Quisera tivessem muitos anônimos cheios do sopro da vida e do entusiasmo a adotar cada uma de nossas pequenas, médias e grande cidades. Existem milhares de homens, mulheres e crianças que anseiam por quem caminhe junto com entusiasmo.
Dizer ao mundo que para chegar lá só precisa começar a andar apostando no maior. Com destemor. Com alegria e entusiasmo. Sempre em busca da conquista da saúde. Qualidade de vida. Felicidade.
.....
Amém é a única contribuição que posso acrescentar a este texto, agora em 2009, treze anos após tê-lo escrito.

2. TERRORISMO MONETÁRIO –AMIR KHAIR - O ESTADO DE SÃO PAULO - 23/11/2009
O mercado financeiro e o Banco Central prevêem que a inflação até o final de 2011 fique abaixo do centro da meta de 4,5% ao ano. Apesar disso, as análises do mercado financeiro defendem um aumento da Selic em 2010 e 2011 para níveis superiores a 10% ao ano. Avaliam que a expansão fiscal do governo federal geraria aumento de demanda que superaria a oferta de bens e serviços produzidos no País, causando inflação.
Essa avaliação precisa ser questionada, pois interessa ao mercado financeiro a Selic crescer: além dos maiores lucros com os juros dos títulos do governo federal, aumenta o spread nos financiamentos.
Afirma o mercado financeiro que o forte crescimento econômico irá ultrapassar o produto potencial, ou seja, a máxima capacidade de produção do Brasil sem causar inflação. Ou ainda, quando interessa parar de reduzir a Selic, o argumento mais usado é de que seu efeito sobre a economia leva de 6 a 9 meses para se consolidar.
Caso não procedam essas avaliações, poder-se-ia continuar a reduzir a Selic até níveis compatíveis com a realidade internacional, que têm sido suficientes para manter inflações baixas. Os benefícios seriam: 1) Redução nas despesas com juros do governo federal em 2% do PIB e queda mais rápida da relação dívida/PIB; 2) elevação dos investimentos das empresas na produção, em vez de aplicação no mercado financeiro; 3) redução dos ganhos de arbitragem do capital externo, reduzindo as perdas no balanço de pagamentos; 4) atenuação do processo de apreciação do real; 5) redução das perdas causadas pela elevação das reservas internacionais, responsáveis neste ano por metade do crescimento da relação dívida/PIB; 6) melhora na redistribuição de renda, pela diminuição das despesas com juros, pagas com um sistema tributário fortemente regressivo; e 7) cairia por terra a tese de que maior crescimento significa maior inflação.
Produto potencial - O produto potencial é estimado por modelos econométricos baseados no histórico de crescimento econômico e na inflação, considerando os fatores que podem limitar o crescimento da produção. Até cinco anos atrás, era de 3%. Como desde 2004 até 2008 a média de crescimento anual foi de 4,8%, sem causar problemas na inflação, foi reestimado para 4% a 5%. Ou seja, em apenas cinco anos a estimativa do produto potencial cresceu 50%!
A falha principal do conceito de produto potencial é que parte do princípio de que a oferta de bens e serviços é feita só pela produção nacional, ou seja, não se teriam importações de bens e serviços. Assim, um crescimento da demanda só poderia ser atendido pela oferta local, que não acompanharia esse crescimento, gerando inflação.
Parecem ignorar que o processo de globalização radicalizou a concorrência internacional, forçando os produtores locais a ofertar produtos em quantidade, qualidade e preço compatíveis com as ofertas de outros países. Foram barateados máquinas, equipamentos, produtos intermediários, produtos finais e serviços. A consequência foi a queda progressiva na inflação mundial. A demanda interna de um país é limitada pelo poder aquisitivo da população e por condições de financiamento do consumo, mas a oferta é praticamente ilimitada, pois é constituída pela produção para o mercado interno do país mais a ofertada internacionalmente.
O caso brasileiro merece destaque dentro deste processo global, pois, a par com a desvalorização internacional do dólar, nossos fundamentos macroeconômicos sólidos, as perspectivas de crescimento do consumo e a manutenção de enorme diferencial entre juros internos e externos fizeram com que a valorização do real fosse maior do que nos outros países, reduzindo ainda mais os preços dos produtos importados e dificultando nossas exportações, que são parcialmente deslocadas para o mercado interno.
Prazo de 6 a 9 meses para surtir efeito a alteração da Selic - Essa afirmativa não tem comprovação teórica ou empírica. É usada como se fosse um axioma matemático ou um dogma religioso. Desconhece-se relação estatisticamente significativa entre essas variáveis, pois são tantos os fatores a influenciar a inflação, e que independem da política monetária, que ocorrem com frequência erros de previsão até para períodos curtos de três meses. Como o horizonte da política monetária é bem superior, os erros de previsão são também maiores.
A possibilidade de ocorrer um processo inflacionário em escala global está ligada ao preço das commodities e dos alimentos, que poderão ocorrer com o forte crescimento dos países emergentes, que passam a incluir vultosos contingentes de novos consumidores. Apesar disso ter ocorrido durante vários anos antes da crise de setembro de 2008, a inflação mundial pouco se alterou, mostrando a supremacia da concorrência internacional e do crescimento da produtividade na definição dos preços em escala global.
Como conclusão: podemos crescer a taxas superiores a 5% ao ano sem riscos inflacionários e, portanto, sem temor do terrorismo monetário causador do agravamento da distribuição de renda, do déficit das contas públicas, do baixo nível do investimento produtivo e do atraso em nosso desenvolvimento.
Amir Khair, mestre em Finanças Públicas pela FGV, é consultor

3.NOTÍCIAS
3.1- FORUM DE DISCUSSÃO VOLTADO AOS ENFERMEIROS GESTORES MUNICIPAIS EM SAÚDE
Um encontro inusitado, paralelo ao 61º Congresso Brasileiro de Enfermagem, que acontece de 7 a 10 de dezembro de 2009, em Fortaleza - Ceará. Trata-se da realização do Fórum de Discussão voltado aos Enfermeiros e Enfermeiras Gestores Municipais da Saúde, na perspectiva da Atenção Primária à Saúde.
Com o tema “Fortalecendo a Atenção Primária em Saúde e a Gestão da Enfermagem no SUS”, o fórum tem como objetivo debater questões que permeiam o dia a dia destes gestores com foco na Atenção Primária em Saúde (APS), tais como:
- características do trabalho do Enfermeiro na gestão da saúde frente à mudança de paradigmas;
- formação e educação permanente do Enfermeiro para a gestão no SUS e para a APS;
- gestão do trabalho da Enfermagem;
- integralidade da gestão sob o olhar do Enfermeiro;
- gerenciando pessoas e equipes interdisciplinares.
Idealizado pelo Departamento de Atenção Básica (DAB) do Ministério da Saúde em conjunto com a ABEn, o Fórum conta com o apoio do CONASEMS e se propõe a produzir documento norteador para o Departamento Científico de Atenção Primária à Saúde/Saúde da Família que será criado pela ABEn durante o 61º CBEn. Contamos com a ativa e relevante colaboração e participação dos Enfermeiros e Enfermeiras Gestores Municipais de Saúde nesse importante Fórum que ocorrerá dia 10/11/09, das 8 às 11 horas, no Ponta Mar Hotel, na capital cearense.
Inscreva-se já pelo e-mail: aben@abennacional.org.br , com sra. Luciana. Outras informações sobre o 61º CBEn acesse: http://www.aben-ce.com.br/" target="_blank">www.aben-ce.com.

3.2 QUALQUER SEMELHANÇA É MERA COINCIDÊNCIA – O TEXTO É SOBRE PORTUGAL EM 1896 PELO ESCRITOR GUERRA JUNQUEIRO; UMA CONTRIBUIÇÃO DAS LEITURAS DE MINHA AMIGA BETH BARROS.

Guerra Junqueiro
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio,fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias,
sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice,pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas;um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai;um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom,e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional,reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula,não discriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha,sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima,descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas,capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação,da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam,entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo;este criado de quarto do moderador; e este, finalmente,tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem idéias, sem planos, sem convicções,incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido,análogos nas palavras, idênticos nos actos,
iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero,e não se malgando e fundindo, apesar disso,pela razão que alguém deu no parlamento,de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar." Guerra Junqueiro, 1896.

BOA SEMANA PARA TODOS NÓS.



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