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2010 - 27 - 521 - DOMINGUEIRA- ESTATUTO IGUALDADE RACIAL FAZ MAL È SAÚDE

Ponto Zero: Uma Domingueira Antecipada Para Quinta Feira. Tem-Se Que Correr Contra O Tempo Para Mostrar O Que Mutilaram Do Texto Do Estatuto Da Igualdade Racial E Que Prejudica A Saúde Da População Negra. Leiam A Posição Jurema Werneck – Médica E Conselheira Nacional De Saúde

1.LULA PRECISA VETAR O ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL APROVADO NO CONGRESSO: DO JEITO QUE ELE FICOU FAZ MAL À SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA

A única coisa que esperam os representantes do movimento negro é que o Presidente Lula tenha a lucidez para vetar o projeto de lei aprovado no Congresso. Já que o Presidente nada pode acrescentar nem mudar, a saída é vetar. Há convicção de que os prejuízos do substitutivo do senado serão enormes para a saúde da população negra.

Do jeito que foi aprovado no Senado não será capaz de convencer a que façam alguma coisa aqueles que nada querem fazer para a saúde. Um estatuto omisso legitima tanto as ações indevidas e ruins como também a omissão diante de situações não explícitas em relação à saúde da população negra. Na ausência de uma regulamentação clara, o que não for explicito será feito do modo que se quiser!

Três questões se destacam. A eliminação do item de identificação de cor nos prontuários e notificações da saúde. o que facilitaria a identificação de doenças e agravos de saúde ligadas a ela. Ações pró-ativas sobre as causas de morbimortalidade ligadas à cor. A importância da ação conjunta, integrada e negociada, das três esferas de governo no campo da saúde. A redação anterior ao substitutivo do senado tinha pelo menos estas três questões explicitamente.

“O Estatuto aprovado faz mal para a saúde da população negra, ao SUS e à sociedade brasileira. Não por seus efeitos diretos... mas principalmente por que um Congresso Nacional e seus partidos políticos desvinculados tão acintosamente dos sonhos e projetos de justiça social e equidade torna nosso mundo pequeno, menor. Subtrai, entre todas e todos nós, uma fatia da ética e da solidariedade. Magoa nosso desejo de futuro melhor para todas e todos. Mas, como costumamos dizer e já faz muito tempo: a luta continua!” Jurema Werneck- Médica - Conselheira Nacional de Saúde, Coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde da População Negra do CNS. Representante da Articulação de Organizações de Mulheres Negras Brasileiras -AMNB, Coordenadora de Criola.

O presidente lula tem que ser mobilizado para que, como única saída boa para a saúde da população negra, vete o projeto, aprovado no Congresso.

2. ESTATUTO DA IGUALDADE RACIAL É UMA AMEAÇA À SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA? JUREMA WERNECK

O dia 17 de junho de 2010 amanheceu agitado, com vários pedidos de entrevista e de trocas de informações. Telefone tocando, caixa postal cheia de comentários e indagações. Descontentamento de todos os lados. Afinal, o Estatuto aprovado pelo Senado Federal, capitaneado por uma estranha aliança entre o Partido dos Trabalhadores e o Democratas às vésperas de processo eleitoral nacional é bom para quê? Para quem? Decididamente não é bom para gente que, como eu, como tantas e tantos, lutamos cotidianamente para garantir que o desejo da sociedade brasileira por justiça se mantenha vivo e sem entraves (por que eles não nos ouviram?). Também não é bom para aquelas e aqueles que precisam agora viver e fazer acontecer a certeza que o racismo está mais fraco, que o Brasil pode ser o que um dia desejou ser: uma democracia sem racismo ( por que eles não nos seguiram?) Tampouco será bom para aquelas e aqueles que, como nós, entendemos representação como compromisso. Trabalho legislativo como escuta - diálogo - com a sociedade (onde foi que estes princípios se perderam?).
Quanto à luta contra ao racismo patriarcal, esta teve reafirmadas suas razões para existir e seguir em frente na direção de um país melhor, aquele que ainda não existe. Mas que, pela força de nosso compromisso, um dia vai existir - nem que seja para as netas de nossas netas. Para as descendentes das descendentes de Acotirene e Na Agotime, de Xica da Silva e Mariana Crioula, de Laudelina Campos Melo, Lélia Gonzalez, Beatriz Nascimento e Obassy. Por isso elas lutaram. Para isso herdamos suas lutas. Foi um dia de indagações: o que significam as mudanças no capítulo sobre saúde? Supressão da obrigatoriedade de registro da cor das pessoas nos formulários de atendimento e notificação do Sistema Único de Saúde? Abandono da necessidade de pactuação entre União, Estados e Municípios para a descentralização de políticas e ações em saúde da população negra? Abdicação da definição de indicadores e metas na política pública? Afinal, o que eles queriam negar? O que pensaram aprovar? É preciso reconhecer que, num primeiro plano, as decisões tomadas de supressão destes itens, parecem ter se baseado em grande ignorância sobre os processos de gestão de saúde. O que precisariam saber? Que em 2006 o Conselho Nacional de Saúde, organismo que por lei tem a tarefa de aprovar a criação de políticas na área de saúde, já havia aprovado por unanimidade esta que um ministro de políticas de promoção da igualdade racial, um ex-ministro de políticas de promoção da igualdade racial, senadores do Democratas em aliança com senadores do Partido dos Trabalhadores e muitos assessores deles aparentemente desconhecem: a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra. Eles também aparentemente ignoravam o fato de que esta mesma política já foi pactuada pelos entes federados na Comissão Intergestores Tripartite/ CIT, também segundo preceitos legais para a gestão de políticas no campo da saúde. Esta pactuação definiu um Plano Operativo com atribuições diferenciadas e complementares para a União, os 27 estados brasileiros e os mais de 5600 municípios do país, contendo 25 ações a serem desenvolvidas em 04 anos, com 29 metas a serem alcançadas no período, em duas fases: a primeira, entre os anos de 2008 e 2009 e a segunda, entre 2010 e 2011, com duas prioridades a enfrentar: a) problema 1: Raça Negra e Racismo como Determinante Social das Condições de Saúde: acesso, discriminação e exclusão social; e b) problema 2: Morbidade e Mortalidade na População Negra. Possivelmente ignoravam que a assinatura deste compromisso pelo Ministério da Saúde, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde/CONASS e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde/ CONASEMS aconteceu em abril de 2007. Tampouco deviam saber de sua publicação no Diário Oficial na União em 14 de maio de 2009 (Portaria 992). Além do atual desenvolvimento de iniciativas, ainda que iniciais, nas diferentes regiões, estados e cidades do Brasil. Isto apesar da insistência criminosa do Congresso Nacional em negar financiamento para a saúde e sendo conivente, ou mais, co-patrocinador da ampliação da vulnerabilidade de brasileiros e brasileiras, da manutenção de altas taxas de sofrimento, adoecimento e mortes. Mas toda a magnitude de sua ignorância se coloca ao considerarem que nós, que sabemos disto porque somos parte da luta que gerou tais conquistas, iríamos permitir que tal irresponsabilidade vá longe demais! Preciso dizer que reconheço, além das marcas da grande ignorância orgulhosa, fortes sinais de um racismo também orgulhoso de dizer seu nome em público. Pois o que, senão ele, fez com que parlamentares e partidos à beira da obsolescência acreditem que se pode impunemente ignorar os indicadores de saúde da população negra, que contradizem perspectivas de justiça e de direito. Somente o racismo lhes dá desprezo pelo Outro o suficiente e faz com que aceitem a morte de mulheres negras em taxas seis vezes maiores do que as brancas, por causas evitáveis por um pré-natal destituído de racismo e preconceito, elevando as taxas de morte materna no Brasil a patamares escandalosos. Ou que considerem irrelevante a freqüência de homicídios contra a população negra ter aumentado de 24.763 vítimas de assassinatos para 29.583 entre os anos de 2000 e 2006, segundo dados do Ministério da Saúde, enquanto que a freqüência de mortes de pessoas brancas pela mesma causa caiu de 18.712 para 15.578 no mesmo período. O que traduz riscos insuportáveis de homens negros, especialmente os jovens, morrerem por homicídio e patamares 2,2 vezes mais altas do que para homens brancos. E riscos para mulheres negras 1,7 vezes maiores do que para as mulheres brancas. E estamos falando em resultados da política de desarmamento e das iniciativas de segurança dita pública! Isto acompanhado de maiores taxas de mortalidade infantil para crianças negras, cuja diferença em relação às brancas também aumenta; ou a enorme tragédia do adoecimento mais cedo, de maior vivência de agravamento e complicações por doenças evitáveis ou facilmente tratáveis. E os efeitos devastadores da hipertensão entre nós, com maiores taxas de morte e acidente vascular cerebral e suas seqüelas; ou da falta de diagnóstico e tratamento do diabetes tipo 2, que resultam em maior mortalidade, mutilações, cegueira e suas tragédias pessoais, familiares, comunitárias. Como parlamentares, partidos e assessores puderam acreditar que acharíamos sua displicência, seu descaso, seu desprezo, sua falta de solidariedade e compromisso outra coisa senão racismo? Por isso respondo a quem me pergunta que sim, o Estatuto aprovado faz mal para a saúde da população negra, ao Sistema Único de Saúde e à sociedade brasileira. Não por seus efeitos diretos, pois esta mesma população negra, o SUS (que é feito por pessoas, trabalhadoras e trabalhadores, gestoras e gestores, que buscam fazer bem o seu trabalho) e a sociedade dispõem de mecanismos que não hesitarão em usar para garantir que os avanços já conquistados até aqui sejam mantidos. Mas principalmente por que um Congresso Nacional e seus partidos políticos desvinculados tão acintosamente dos sonhos e projetos de justiça social e equidade torna nosso mundo pequeno, menor. Subtrai, entre todas e todos nós, uma fatia da ética e da solidariedade. Magoa nosso desejo de futuro melhor para todas e todos. Mas, como costumamos dizer e já faz muito tempo: a luta continua! Jurema Werneck – Médica - Conselheira Nacional de Saúde, Coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde da População Negra do CNS. Representante da Articulação de Organizações de Mulheres negras Brasileiras/ AMNB, coordenadora de Criola.

3.NOTÍCIAS

3.1 MAIS REDE DO ANDRE MEDICE

Prezados amigos, A última postagem do blog Monitor de Saúde finaliza a série de quatro artigos sobre Redes de Saúde no Brasil. Traz também o resultado da pesquisa sobre redes de saúde feita junto aos nossos leitores. Vale a pena conferir:http://www.monitordesaude.blogspot.com

3.2 VETADA PRESENÇA DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NO MAIOR CONGRESSO MÉDICO NORTE AMERICANO O DE CARDIOLOGIA

EUA vetam indústria em reunião médica - FOLHA SÃO PAULO – 23-6-2010 Governo americano proíbe farmacêuticas de dar palestras na conferência da American Heart Association - Decisão quer manter influência de empresas longe do congresso dos cardiologistas, um dos maiores do mundo Pavilhão de exposições de congresso de cardiologia, em Nova Orleans - CLÁUDIA COLLUCCI DE SÃO PAULO

A indústria farmacêutica foi proibida de promover palestras em um dos maiores congressos médicos do mundo, o da American Heart Association, marcado para novembro em Chicago (EUA). A decisão partiu de um órgão do sistema nacional de saúde americano (INH), que credencia cursos de educação continuada, e foi acatada pela associação de médicos. A principal justificativa para o veto é que eventos de educação médica continuada devem ser isentos, e não parte de uma estratégia de marketing da indústria. Para especialistas, é comum a indústria divulgar nesses eventos informações enviesadas, que valorizam apenas aspectos positivos de uma determinada droga. No Brasil, o CFM (Conselho Federal de Medicina) e a Interfarma (Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa) discutem a possibilidade de separar eventos da indústria da programação científica dos congressos. Hoje, as farmacêuticas compram o espaço e montam a programação que desejarem. Chamados de "simpósios satélites", esses eventos são bem concorridos, porque reúnem especialistas renomados, muitos vindos do exterior, e costumam ocorrer na hora do almoço, com comida e bebida grátis para médicos. "Já foi bem pior. Antes, havia sorteio de brindes, que foi proibido pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária]", diz o cardiologista Bráulio Luna Filho, conselheiro do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Luna Filho coordenou recentemente uma pesquisa sobre a influência da indústria de medicamentos e equipamentos na classe médica. ANEXO

3.3 DA INDIGNAÇÃO À TRANSPARÊNCIA - Inovação Social – CEPAL

- A sociedade civil se organiza em meia centena de cidades brasileiras e previne o desvio de verbas municipais, mediante o monitoramento das licitações públicas feito por voluntários. A indignação se espalhou em Maringá, cidade brasileira de 350 mil habitantes, situada no estado do Paraná, ao se tornar público que o prefeito havia desviado 100 milhões de reais dos cofres municipais em 2000. O escândalo foi nacional. Ainda que Jairo Gianoto tenha sido preso, a justiça não o obrigou a devolver o dinheiro roubado. Desta forma, a ira dos cidadãos se somou à impotência. Com o passar do tempo, a fim de evitar que os cofres fiscais voltassem a ficar vazios, a união fez nascer um novo conceito de cidadania fiscal, praticado pela sociedade organizada, com o objetivo de monitorar as licitações públicas. Em 2004, líderes da cidade formaram a ONG Sociedade Eticamente Responsável, SER, para sensibilizar a população quanto à importância de pagar impostos e vigiar o destino dos recursos públicos. Dois anos mais tarde, empresários, acadêmicos, funcionários públicos, estudantes, juízes, líderes religiosos, maçons, contadores, advogados, aposentados e artistas deram vida ao Observatório Social de Maringá,uma ferramenta de controle social de prevenção do desvio de fundos e mal uso de recursos públicos. A idéia foi tão efetiva que hoje existe o Observatório Social do Brasil, que agrupa mais de 50 Observatórios de distintas cidades brasileiras situadas em oito estados. Cada mês mais cidades se somam. A única regra para participar é não ter militância partidária. Os cidadãos estão empenhados em exigir a transparência no uso dos recursos públicos municipais, acompanhando o processo de licitações juntamente com voluntários, desde seu início e em tempo real, com ajuda da Internet e de umsoftware que facilita a tarefa. TEXTO INTEGRAL EM ANEXO

3.4 ENCERRA-SE DIA 30/6/2010 A INSCRIÇÃO PARA OS PRÊMIOS DA PAHEF-OPAS/OMS

Envíe su candidatura a través de: www.pahef.org/awards/nominations.

Sobre los Premios Infórmese sobre estos prestigiosos premios y los criterios considerados para cada uno de ellos. Premio Abraham Horwitz a la excelencia en el liderazgo en la salud interamericana - Premio Pedro N. Acha a la excelencia en la salud pública veterinaria - Premio Fred L. Soper a la excelencia en la bibliografía de salud - Premio Clarence H. Moore a la excelencia en el servicio voluntario - Premio Manuel Velasco Suárez a la excelencia en la bioética - Premio Sérgio Arouca a la excelencia en la atención sanitaria universal

El Premio: El galardonado recibe un premio en efectivo (el galardonado del Premio Manuel Velasco Suárez a la excelencia en la bioética recibirá una subvención para un proyecto en lugar de un premio en efectivo), un certificado de honor, y un viaje pago a Washington, DC, con el fin de recibir la adjudicación en el evento anual del Programa de Premios a la Excelencia en la Salud Pública Interamericana de la OPS/PAHEF y se reconocerá ante los ministros de salud de la región en la Reunión del Consejo Directivo de la OPS. Para la Fundación Panamericana de la Salud y Educación (PAHEF) es un orgullo administrar este programa conjunto con la OPS. Vea las fotos de los ganadores e invitados de la ceremonia de los Premios 2009 a la Excelencia en la Salud Pública Interamericana: www.flickr.com/pahef

BOA SEMANA.
 

GC-2010-06-IGUALDADE RACIAL
EUA VETAM IND FARMACEUTICA EM REUNIAO MEDICA
OBSERVATÓRIOS INOVAÇÃO SOCIAL-CEPAL

 



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