Arthur Guimarães
Do
UOL Notícias
Em São Paulo
Após a reportagem do constatar
que ,UOL Notícias a demora no atendimento é a
reclamação mais frequente dos usuários do SUS (Sistema
Único de Saúde)Flávio Azenha, diretor-técnico da Santa Casa de Santo
Amaro, em São Paulo, assume que, “em alguns dias”, o tempo de espera no
setor de ortopedia ou na realização de exames de radiografia pode chegar a oito
horas. “Temos uma demanda enorme, atendemos mais de 400 pessoas por dia nessa
especialidade. As pessoas sabem que aqui pode demorar, mas ninguém sai daqui
sem atendimento”, disse.
A origem do problema, segundo ele, está na “timidez” dos
financiamentos vindos do SUS. “Não dá para pagar 60% do nosso serviço. O
restante tentamos conseguir de doações, subsídios, transferências de órgãos
públicos ou até mesmo de empréstimos bancários. Mas nem sempre isso é
possível”, argumenta.
Segundo Azenha, os casos de emergência são sempre tratados de forma
imediata. “Aliás, esse é outro problema. Temos três médicos em cada turno. E
recebemos muitas pessoas acidentadas vindas de ambulância, com fraturas
expostas, e os ortopedistas precisam parar o atendimento normal para ir para a
sala de cirurgias. Nesses casos, realmente a espera fica grande.” Azenha
afirmou estranhar a demora no atendimento do Pronto-Socorro e disse que irá
apurar eventuais falhas constatadas pela equipe de reportagem.
A Secretaria Estadual de Saúde alegou que os problemas encontrados
no hospital do Grajaú são fruto do grande número de casos de emergência que são
recebidos na unidade. Nessas ocasiões, diz o órgão, os demais pacientes
precisam esperar, mas recebem atendimento. A pasta se comprometeu a apurar
especificamente os detalhes das eventuais distorções citadas na reportagem.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que “promoveu quatro
reajustes da tabela de procedimentos do SUS, com um impacto superior a R$ 6
bilhões”. “Os aumentos envolvem cerca de 1.500 procedimentos, que tiveram
reajuste de até 1.000%, dependendo do procedimento. A priorização foi dada a
ações estratégicas e valores mais defasados.”
O órgão afirmou que, “especificamente para o Estado de São Paulo,
entre 2003 e 2010, o Ministério da Saúde aumentou em mais de 100% as
transferências financeiras para o gestor estadual realizar procedimentos de
média e alta complexidade, que incluem internações, cirurgias, exames e outros
procedimentos mais complexos. Os repasses passaram de R$ 3,3 bilhões anuais, em
2002, para R$ 6,7 bilhões/ano em 2009”.
A pasta ressaltou ainda que “a regulação da fila de espera em
estados e municípios é responsabilidade do gestor local”.