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Novo presidente dos cardiologistas defende igual atendimento por planos de saúde e no SUS

O novo presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Jadelson Andrade, que assume o cargo nesta sexta-feira (16),  defende a necessidade de que o atendimento de excelência que recebem os brasileiros protegidos por planos de saúde venha a ser o mesmo oferecido aos usuários do SUS, o Sistema Único de Saúde.
Para Jadelson, o Brasil conta com cardiologistas tão capacitados quanto os dos países mais desenvolvidos e com recursos extremamente avançados para diagnóstico, tratamento clínico medicamentoso, por intervenção percutânea e cirurgia cardíaca, e que são disponibilizados a uma significativa parcela da população brasileira através a assistência da medicina privada e se torna necessário que os mesmos recursos possam estar também disponíveis aos pacientes atendidos pela rede pública.
“Considero cruel, por exemplo, que milhares de crianças em todo o país estejam hoje sem perspectiva na fila do SUS aguardando para serem operadas de cardiopatias congênitas com potencialidade de cura” diz o médico. “Deveriam ser operadas assim que fechado o diagnóstico e definida a necessidade da cirurgia”. Da mesma forma que 16% de pacientes acometidos de Infarto Agudo do Miocárdio venham a óbito sem ter acesso aos recursos de diagnóstico e tratamento para redução destes elevados índices de mortalidade preconizado que é de 3 a 4%. O novo presidente aposta na relação atual que existe entre a Sociedade Brasileira de Cardiologia e o Ministério da Saúde e na sensibilidade que tem demonstrado o ministro Alexandre Padilha e da própria presidente Dilma Roussef para com a gravidade desta situação para que ações imediatas e conjuntas possam ser progressivamente implementadas no sentido de modificar este perverso panorama da saúde cardiovascular no Brasil.
Jadelson destaca os pontos de relevância para que de fato ocorra a melhoria da assistência as doenças cardiovasculares: programas de continuada qualificação dos profissionais da rede pública, ampliar a disponibilização de recursos de diagnóstico e tratamento em todos os níveis, facilitar o acesso rápido e universal a estes recursos como o caminho para que todos os brasileiros possam ter direito a uma assistência cardiológica adequada.
No entanto ressalta que existe outro passo de significativa importância para o controle e redução dos índices epidemiológicos de morbi mortalidade por doença cardiovascular no país e que passa obrigatoriamente pela aplicação de programas de prevenção. “A prevenção é a forma primaria mundialmente reconhecida de redução efetiva de gastos e controle epidemiológico das doenças cardiovasculares” e “que se torna urgente a necessidade do desenvolvimento e aplicação de projetos de prevenção destas doenças no Brasil”.
A SBC tem realizado ao longo dos últimos anos campanhas de prevenção das doenças cardiovasculares e desta forma cumpre o seu papel sendo as mais recentes e de maior impacto as campanhas de antitabagismo, redução do sal nos alimentos e a campanha do 12X8 do Departamento de Hipertensão Arterial da SBC de grande impacto populacional. Jadelson ressalta que embora exista um grande esforço da SBC neste sentido, considerando o tamanho continental do país e o número expressivo da população brasileira que para que estas campanhas sejam efetivas e atinjam os seus objetivos torna-se necessário a “elaboração de um grande projeto nacional de prevenção cardiovascular”. Uma ação em parceria conjunta da SBC, Ministério da Saúde contando com a colaboração de segmentos sociais organizados. Só desta forma conseguiremos não somente dar um grande passo para interferir de forma definitiva no atual perfil das doenças cardiovasculares no país bem como reduzir os elevados custos decorrentes do seu tratamento.
Os sete pontos -  O delineamento deste “Projeto Nacional de Prevenção Cardiovascular” se baseia em sete pontos universalmente reconhecidos e identificados como “Fatores de Risco Cardiovascular”.
Jadelson considera este aspecto da prevenção cardiovascular de tal relevância que adotou este tema como bandeira da sua gestão que estará se iniciando em 2012. “Hipertensão Arterial, Diabetes, Colesterol Elevado, Tabagismo, Sedentarismo, Obesidade e Excesso de Sal nos Alimentos serão considerados por nós como uma espécie de ‘os sete cavalheiros do apocalipse’ e os estaremos enfrentando com todas as nossas possibilidades”, resume.
Para o presidente da SBC, a disseminação para toda a população brasileira da importância que tem estes sete fatores de risco cardiovascular no determinismo das doenças do coração será uma tarefa que estaremos desempenhando de forma continuada e temos a certeza de contar com o necessário apoio do governo e de diversos segmentos da sociedade para atingirmos os nossos objetivos de implementar no Brasil do Projeto Nacional de Prevenção Cardiovascular.  
O especialista entende que só com a prevenção adequada será possível reduzir o total de 315 mil brasileiros que morrem anualmente por doenças cardiovasculares, líder como causa de morte e, principalmente, impedir que o Brasil se torne, nos próximos  20 anos, o campeão mundial da mortalidade por causas cardíacas, como prevêem os dados epidemiológicos projetados para o futuro.
Jadelson Andrade entende que cabe à atual geração a responsabilidade de mudar essa previsão estatística, “pois temos a responsabilidade de garantir uma qualidade de vida adequada para as gerações futuras, reduzindo os riscos cardíacos”.
A preocupação do novo presidente da SBC com a prevenção vem desde os tempos da faculdade. Dois dos seus trabalhos científicos são ligados à aderência a tratamento e prevenção cardiovascular. Uma de suas pesquisas analisou os motivos pelos quais há baixa aderência dos hipertensos ao tratamento, que é prolongado.
A conclusão foi de que não é o custo da droga, mas a falta de informação médica adequada é que leva o paciente a deixar de utilizar a medicação prescrita comprometendo a sequência do tratamento e consequentemente a manutenção do controle da pressão arterial. Fatores como: receio do uso concomitante da medicação e bebidas alcoólicas ou uso associado a outras medicações, como exemplo, antibióticos, sustar o uso da medicação achando que a pressão está controlada, receio de efeitos colaterais do tratamento dentre outros foram identificados como relevantes para a interrupção pelo paciente do tratamento e  atribuído a falta de comunicação do médico ao paciente.
A outra pesquisa que se destaca entre os trabalhos científicos de Jadelson Andrade é um estudo apresentado em congressos internacionais durante o qual examinou adolescentes filhos de pais que tinham a doença coronariana, para definir o efeito da hereditariedade em relação ao peso, nível de colesterol, glicemia, pressão arterial e marcadores genéticos.
Formação e experiência em gestão - Formado pela Universidade Federal da Bahia, seu estado natal, Jadelson Andrade completou sua formação em São Paulo e na Pensilvânia, nos Estados Unidos, e tem uma história de muitos serviços prestados à vida associativa. Foi presidente da Associação Baiana de Medicina (ABM), vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), presidente do Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardíaca (DERC), diretor de Departamentos Cientifícos da SBC, coordenador de Diretrizes Científicas da SBC, nas duas últimas gestões, e é Fellow of the American College of Cardiology.
Tem experiência como gestor na condição de superintendente geral do Hospital da Bahia desde a sua concepção e é diretor do Serviço de Cardiologia do hospital.
Casado com Tânia Andrade, que também médica, clínica-geral, tem dois filhos, o empresário José Mendes Andrade Neto, cuja empresa tem foco na higienização hospitalar e Marianna Andrade, cardiologista como o pai, doutoranda do Incor e que recentemente assumiu a coordenação da UTI cardíaca do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo.
Fonte: SBC


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