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Três casais tentam seleção de embrião

Famílias estão com análise genética em andamento para também escolher um embrião sem doença e compatível com irmão doente 
 
Pelo menos outros três casais brasileiros estão com processos de seleção de embrião em andamento na tentativa de ter filhos sem doenças que sejam compatíveis com os irmãos para tentar curá-los por meio de um transplante de sangue de cordão umbilical.
Os três casos estão sendo realizados no RDO Diagnósticos pelo geneticista Ciro Dresh Martinhago - o mesmo que conseguiu selecionar um embrião sem talassemia e também 100% compatível com a irmã para a realização do transplante, conforme o Estado revelou ontem.
A bebê Maria Clara Reginato Cunha nasceu no sábado passado em São Paulo para tentar salvar Maria Vitória, que tem 5 anos e sofre de talassemia major - o tipo mais severo da doença, que pode causar anemias profundas e faz com que o paciente tenha de tomar sangue a cada três semanas e fique dependente de transfusões pelo resto da vida.
Os pais das meninas - Jênyce e Eduardo - ouviram a opinião de cerca de 30 médicos do Brasil e do exterior antes de decidir fazer a fertilização in vitro e a seleção do embrião que não tivesse a doença e também fosse totalmente compatível com a irmã que tem a doença. O transplante do sangue do cordão deve ocorrer nos próximos meses.
"Apesar de a Maria Vitória ter a doença controlada com as transfusões e a medicação, fomos buscar uma possível cura porque ela chora toda vez que tem de fazer transfusão. Soubemos da possibilidade da gravidez planejada e decidimos fazer, mesmo que fosse fora do Brasil", conta a mãe das meninas.
Novos casos. Segundo Martinhago, um dos casais que está com a seleção embrionária em andamento é de São Paulo, outro de Brasília e outro do Nordeste. Em dois dos casos em andamento, o médico está pesquisando embriões que não tenham talassemia major e sejam compatíveis com o irmão - assim como no caso da Maria Vitória.
O terceiro caso é de uma família que está tentando ter um filho saudável e compatível para tentar reverter a anemia de Fanconi - um tipo agressivo de doença no sangue, que causa falência medular (que deixa de fabricar sangue) e, se não tratada corretamente, pode causar leucemia.
De acordo com o hematologista Vanderson Rocha, o uso dessa técnica pode ajudar no tratamento de outras doenças do sangue além da talassemia: anemia falciforme, anemia de Fanconi, outras hemoglobinopatias e imunodeficiências primárias. "O primeiro transplante de sangue de cordão umbilical do mundo foi feito para tratar uma anemia de Fanconi", diz Rocha.
Selecionar embriões saudáveis para ter filhos sem nenhuma doença genética não é novidade - esse procedimento é feito no mundo todo desde a década de 1990. A novidade, nesses casos, é que, além de não carregar o gene doente, os embriões estão sendo analisados para serem totalmente compatíveis com o irmão doente e, assim, facilitar a realização de umtransplante de sangue de cordão umbilical e reduzir os riscos de rejeição.
Prazo. Mesmo com os avanços da medicina, o geneticista Martinhago diz que a seleção genética não é um processo que acontece do dia para a noite. De acordo com ele, o prazo entre a primeira consulta e o término do processo, quando o embrião está pronto para ser implantado no útero, é de cerca de seis meses. "É um processo lento e complexo", diz.
Além do tempo, os custos desse tipo de tratamento podem ser um possível impedimento: a análise genética do embrião custa em torno de R$ 6 mil e o processo de fertilização in vitro custa entre R$ 15 mil e R$ 20 mil. Após a seleção dos embriões, aqueles que não forem implantados na mãe devem ficar congelados por pelo menos três anos. Após esse período, eles podem ser doados para pesquisa clínica.
Fonte: O ESTADO DE SÃO PAULO


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