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Católicos unidos por melhores serviços

Igreja lança Campanha da Fraternidade em paróquia de Samambaia Sul. O intuito é estimular o debate e sensibilizar as instituições para que deem mais atenção aos pacientes
 
Verônica Machado
 
O Cristo de dois metros esculpido em madeira recebeu, literalmente, de braços abertos cerca de 1,5 mil pessoas ontem em Samambaia Sul. Às 9h, houve uma celebração na Paróquia Maria de Nazaré, escolhida este ano para marcar a abertura da Campanha da Fraternidade 2012 no Distrito Federal. A 49ª edição tem como tema a saúde pública. A missa foi presidida pelo bispo auxiliar de Brasília dom Leonardo Steiner, que enfatizou a importância do tema para a Igreja e a sociedade. "Nós ainda temos muitos irmãos que morrem todos os dias nos hospitais por falta de estruturas dignas e acompanhamento", comenta.
 
 
O bispo informou que a tentativa é de fazer o assunto ganhar as ruas e os setores governamentais. Segundo ele, houve um forte apelo de comunidades pequenas para que dessem mais atenção aos hospitais e ao Sistema Único de Saúde (SUS). "O que é público é de todos. Vamos levar essa consciência também aos profissionais de saúde", acrescenta. No aspecto prático, dom Steiner diz que os representantes do catolicismo vão participar mais ativamente dos conselhos de saúde e debater o tema com os governantes, além de melhorar a estrutura das pastorais com os serviços comunitários.
 
Joana Maria Aires Guerra, coordenadora da Pastoral da Saúde da Paróquia Maria de Nazaré, também espera uma melhora. A moradora de Samambaia participa há oito anos do grupo e diz atender 40 pessoas necessitadas. "Vejo uma situação de saúde crítica no Brasil. Foi um tema propício e bem pensado." Os integrantes da pastoral realizam visitas frequentes aos doentes e oferecem ajuda, como a doação de remédios para os que não podem comprar, e ainda acompanhamento em consultas para os que são sozinhos.
 
Amparo religioso
 
José Gomes de Sousa tem o apoio da família, mas sabe bem como é usar o sistema público de saúde. Com 58 anos, já operou o pâncreas e foi atingido por duas bactérias que o deixaram com dificuldade na fala e pouco equilíbrio. Ele não consegue detalhar os problemas de saúde que enfrenta, mas se alegra depois de cinco anos de tratamento: "Fiquei seis meses de cama sem falar ou andar, hoje faço a barba sozinho". O aposentado atribui à fé e à qualidade dos médicos o motivo da melhora. "É bom que as pessoas falem mais sobre saúde, porque eu preciso e uso muito o serviço."
 
E quem tem o tema como profissão, então, também quer falar. O ginecologista do Hospital Regional de Samambaia Demétrio Gomes acompanhou a missa e está empolgado com o amparo religioso. "Estou feliz que a saúde seja enfatizada. A religião entrando nesse aspecto tem impacto positivo na sociedade e no governo." O doutor e professor de medicina ressalta que conscientizar é complicado, mas a campanha pode abrir os olhos das pessoas para a importância de cuidar melhor dos pacientes, sem esquecer os médicos, enfermeiros, nutricionistas e outros profissionais do setor.
 
"Prezo por um bom atendimento, independentemente da religião", diz Demétrio. Apesar de ser católico, o profissional afirma que não será a campanha que mudará o comportamento no consultório, porque a atitude de ser educado e tolerante é pessoal. "Mas aproveito a oportunidade para aperfeiçoar ainda mais o meu trabalho."
 
Aproveitando o gancho, jovens da comunidade fizeram uma curta encenação na missa sobre o estresse e cansaço dos médicos. A peça contou com a participação do personagem Zé Gotinha, personagem das campanhas de vacinação. Por fim, o lema da campanha foi bradado na oração: "Que a saúde se difunda sobre a terra". Após a celebração, uma equipe de saúde ficou para aferir a pressão, medir a glicemia (taxa de açúcar no sangue) e dar orientações aos fiéis.
 
Questões estruturais
 
A primeira Campanha da Fraternidade foi idealizada em 26 de dezembro de 1963. A estreia ocorreu em 1964 com o tema Campanha da Fraternidade - Pontos fundamentais apreciados pelo episcopado em Roma. Os assuntos podem ser divididos em três fases: de 1964 a 1972 , com uma abordagem sobre a renovação interna da Igreja, de 1973 a 1984, sobre a realidade social do povo brasileiro, e, a partir de 1985,sobre as situações existenciais da população.
 
Fonte: Correio Brasiliense
 


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