Programas falham e Brasil não atrai médico para áreas pobres
Interesse por 7.193 vagas oferecidas pelo governo foi de apenas 20%
Prefeituras do interior e das periferias de grandes cidades do país não estão conseguindo, mesmo com oferta de salários vantajosos, atrair médicos para atender a sua população. Para amenizar o problema, o governo federal lançou o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica, que incentiva a ida de recém-formados a cidades que pediram ajuda ao Ministério da Saúde. Mas só 1.460 médicos demonstraram interesse nas 7.193 vagas, e apenas 460 já começaram a trabalhar. O ministério identificou também que 2.130 cidades, ou 38% do total, apresentam dificuldade para manter ou expandir o Programa de Saúde da Família. Prefeituras chegam a oferecer vencimentos de até R$39 mil para conseguir atrair profissionais. O governo estuda criar mais vagas em cursos de medicina e facilitar a validação do diploma de quem se formou em outros países. A meta é aumentar a razão atual de 1,95 médico por 1.000 habitantes e chegar a 2020 com uma média de 2,5, o que exigirá mais que dobrar o número de profissionais que hoje se formam. Para o Conselho Federal de Medicina, porém, não há falta de médicos e sim má distribuição pelo país.