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Doença burocrática

18 de abril de 2012
 
O pacote de R$ 15 milhões que o Ministério da Saúde pretende aplicar na expansão das pesquisas com células-tronco é uma boa notícia. Reside nelas, afinal, a esperança para o tratamento de uma série de doenças hoje incuráveis.
 
 
Embora comemorem o dinheiro extra para projetos, os cientistas envolvidos com células-tronco lembram que há outros empecilhos ao desenvolvimento da pesquisa, tão danosos quanto a falta de verbas, que não foram removidos.
 
 
O caso mais gritante é o das barreiras burocráticas impostas à importação de equipamentos e material de laboratório.
 
 
Enquanto um cientista nos EUA consegue o reagente de que necessita num prazo de poucos dias, quando não apenas de horas, seu homólogo no Brasil precisa com frequência esperar semanas, às vezes meses, para que os órgãos competentes desembaracem suas importações na alfândega.
 
 
Nessas condições desiguais, se um grupo brasileiro disputasse a primazia de uma descoberta com um norte-americano, por exemplo, seria provavelmente suplantado.
 
 
Os excessos e o despreparo das autoridades já produziram uma rica antologia de casos com tons kafkianos. O principal problema é com os materiais biológicos, que podem ser perecíveis e às vezes demandam cuidados específicos.
 
 
O mais intrigante é que diversos ministros de diferentes pastas de vários governos já prometeram medidas para resolver a situação. Vieram com programas e decretos, mas, objetivamente, pouco se avançou. Como não há motivos para duvidar do empenho dos ministros, é forçoso concluir que o problema está na base.
 
 
Com efeito, toda burocracia resiste a mudanças. É da manutenção do "statu quo", afinal, que emana o poder do burocrata.
 
 
Alterar o quadro, pelo que sugere a experiência pregressa, exigirá mais do que o voluntarismo de ministros. É preciso mudar mentalidades, rever procedimentos e introduzir novas rotinas.
 
 
Descobrir o que efetivamente funciona para agilizar as importações é o desafio. Vale frisar que, se a iniciativa der certo, a tecnologia poderá ser expandida para outras áreas. Dificuldades para trazer equipamentos essenciais tendem a ser fatais em ciência, mas não são menos daninhas em outros setores da vida nacional.
 
Fonte: Folha de S. Paulo


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