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Brasil produz vacina inédita

O desenvolvimento da vacina que previne a esquistossomose constitui passo importante para erradicar a doença que atinge 200 milhões de pessoas no mundo. Cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) trabalham há 30 anos para levar avante a pesquisa comandada pela infectologista Miriam Tendler. Agora, finalmente, a equipe colhe os louros que põem o Brasil na vanguarda mundial da luta contra enfermidades infecciosas.
 
 
Até bater o ponto final, o imunizante exigirá talvez mais cinco anos. Por enquanto, chegou-se à conclusão da fase um. Testado em 20 voluntários adultos e saudáveis, provou-se a inocuidade do produto (ele não faz mal às pessoas). A próxima etapa, a ser iniciada em 2013, contará com 226 crianças de áreas endêmicas do Brasil e da África. Finalmente, na última fase, terá a vez o ensaio clínico em número grande de homens, mulheres e infantes.
 
 
Se sair de fato, como tudo indica, uma vacina suficientemente eficaz e segura contra o helminto, parasita muito maior que vírus ou bactéria, estar-se-á diante de inovação revolucionária, apta a disputar o Prêmio Nobel. Não existe no mundo vacina contra parasitas. Existe contra vírus e bactéria. Do ponto científico, o fato inédito abre perspectiva para imunizantes contra enfermidades como malária, leishmaniose, verminoses intestinais.
 
 
Do ponto de vista do controle da doença, porém, não há necessidade de vacina para impedir o avanço da esquistossomose. O saneamento básico é a receita capaz de fechar as portas para novos casos. Basta dar atenção ao destino adequado das fezes. O cuidado elementar, se concretizado, teria poupado a saúde de cerca de 2,5 milhões de brasileiros espalhados em 18 estados. O Nordeste e Minas Gerais abrigam o maior número de vítimas.
 
 
Ocorre que a esquistossomose entra na lista das doenças negligenciadas. Os recursos destinados para diagnóstico, tratamento e prevenção do mal não são adequados à proporção do problema. Por isso o adjetivo se ajusta melhor a outro substantivo. Negligenciada não é a doença. É a população. Habitantes de regiões com baixa infraestrutura sanitária e baixa renda não constituem prioridade nem do Estado nem da indústria farmacêutica. Ficam, então, entregues à própria sorte.
 
 
A indústria, que busca retorno financeiro, prefere investir em medicamentos de uso continuado. Cabe à Fiocruz e demais instituições nacionais buscar resposta para as doenças que roubam a saúde ou a vida dos brasileiros. Mas o Estado não pode se descuidar do saneamento básico. Além de prevenir enfermidades, o tratamento da água e do esgoto constitui direito essencial de adultos e crianças.
 
Fonte: Correio Braziliense


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