Resistência. PM foi chamada para conter manifestantes
Heloisa Aruth Sturm
Pacientes foram transferidos na madrugada de unidade que atendia a servidores do Estado; operação teve presença do Batalhão de Choque
A desativação do Hospital Central do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro (Iaserj), no centro da capital fluminense, gerou protesto de funcionários e representantes de organizações de direitos humanos.
O terreno foi cedido pelo governo estadual em 2008 para abrigar novas instalações do Instituto Nacional de Câncer, e a permanência dos internados no hospital era mantida por meio de uma decisão liminar, suspensa na sexta-feira. Na madrugada de ontem, os pacientes começaram a ser removidos.
De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, as transferências envolveram mais de 40 profissionais- entre médicos,enfermeiros, assistentes sociais,equipe de humanização e bombeiros.
A operação foi acompanhada por policiais do Batalhão de Choque.
Uma junta médica analisou o estado clínico de cada paciente para determinar a condição de transferência, mas nenhum médico do Iaserj participou das avaliações.
Na manhã de ontem, 42 pacientes haviam sido removidos, mas 9 permaneciam no hospital - um deles sem condições de remoção.
Os outros 8 são portadores de doenças infectocontagiosas e pacientes do Hospital Estadual São Sebastião, que funciona nas dependências do Iaserj.Plantonistas demonstraram preocupação na tarde de ontem, já que, por ocasião das transferências, a estrutura hospitalar foi desativada e os serviços de apoio, como raios X, farmácia e banco de sangue, foram fechados.
Surpresa. Embora a Secretaria de Saúde tenha afirmado que todos os familiares dos pacientes foram comunicados das transferências, alguns disseram ter sido surpreendidos com a notícia da remoção durante a madrugada.
"Vim para sair daqui junto com a minha irmã e ela não está", disse Maria Sandra da Silva, cuja irmã estava internada na UTI do hospital havia dois meses, em coma profundo.Ela disse que foi avisada anteontem de que a transferência ocorreria a partir do meio dia de ontem.
Para Necilda Santana, assistente social do Iaserj, "não houve tempo hábilinternamente para realizar a comunicação que se espera de um hospital para com as famílias dos pacientes".
Em nota, a Secretaria de Saúde afirmou que o aumento da demanda por tratamento de câncer eo fato de os servidores estaduais não mais contribuírem para a manutenção do Iaserj desde 1999 foram os motivos que levaram à decisão pela desativação do hospital. O comunicado citou que os serviços serão prestado sem outras unidades e que "a função do Estado é investir os recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) na saúde coletiva e não exclusiva de grupos de profissionais".
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Falta de Informação
MARIA SANDRA DA SILVA
IRMÃ DE PACIENTE EM COMA
"Vim para sair daqui com a minha irmã e ela não está."
NECILDA SANTANA
ASSISTENTE SOCIAL DO IASERJ
"Não houve tempo hábil para realizar a comunicação que se espera de um hospital para com as famílias dos pacientes."
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Secretaria de Saúde do RS diz que pico da gripe passou
A Secretaria da Saúde do Rio Grande do Sul afirmou que o pico da gripe suína, que matou pelo menos 29 pessoas neste ano no Estado, passou. Com base nas estatísticas da epidemia ocorrida em 2009 - quando morreram 298 pessoas -, o governo espera que o ápice da ocorrência do vírus tenha sido registrado ontem. Apesar de o estoque das vacinas estarem no fim, o Estado afirma que possui quantidade suficiente de medicamentos para o tratamento das pessoas com o vírus H1N1. O medicamento Tamiflu está sendo oferecido gratuitamente nos postos de saúde e vendido em farmácias com receita simples, sem necessidade de duas vias. Por outro lado, anteontem, o secretário da Saúde, Ciro Simoni, destacou que a pasta vai apurar se houve falhas nos atendimentos às vítimas da gripe suína. Isso porque, das 29 pessoas que morreram, 26 não haviam sido vacinadas. A secretaria pretende consultar os prontuários médicos para tentar identificar erros nos tratamentos.