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Vírus mortal deixa autoridades em alerta nos EUA

Perigo. Imagem de microscópio do CDC mostra diferentes estruturas do HSN
Hantavírus atingiu 10 mil pessoas e matou duas
 
Cesar Baima
 
cesar.baima@oglobo.com.br
 
Felipe Sil
 
felipe.sil@oglobo.com.br
 
A confirmação de seis casos de infecção por hantavírus no Parque Nacional de Yosemite, na Califórnia, colocou as autoridades sanitárias americanas em alerta. Em comunicado emitido na última sexta-feira, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) informou que dois dos pacientes morreram e cerca de 10 mil pessoas podem ter contraído o vírus ao se hospedarem em tendas oferecidas pelo parque desde meados de junho. Transmitido principalmente por meio da inalação de partículas virais procedentes de urina, fezes ou saliva de roedores silvestres infectados, o hantavírus pode provocar duas condições potencialmente letais: a Febre Hemorrágica com Síndrome Renal (FHSR), registrada na Europa e Ásia; e a emergente Síndrome Pulmonar por Hantavírus (SPH), no continente americano. Ambas têm uma taxa de mortalidade que varia de 40% a 60%.
 
Elba Lemos, chefe do Laboratório de Hantaviroses e Rickettsioses do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), explica que a SPH foi descrita pela primeira vez nos EUA em 1993, causada por um micro-organismo que recebeu o nome de hantavírus Sin Nombre (HSN), o mesmo que agora põe os EUA em alerta. No mesmo ano, a SPH foi registrada pela primeira vez no Brasil em três irmãos, dos quais dois morreram. O vírus então recebeu o nome do local da ocorrência, hantavírus Juquitiba, cidade no interior de São Paulo. Desde então, o país contabiliza 1568 casos, com 547 mortes, de seis variantes, cada uma transmitida por diferentes roedores silvestres típicos de diversos biomas: Mata Atlântica (além do hantavírus Juquitiba, o Araucária), Cerrado (hantavírus Araraquara) e Floresta Amazônica (hantavírus Laguna Negra, Anajatuba e Castelo dos Sonhos).
 
- O surgimento de surtos ou de casos isolados da doença no Brasil, até o momento, está ligado a algumas situações particulares e a alguns fatores ambientais de risco, tais como: o perfil agrícola nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina; a construção de paióis para estocagem de ração ou grãos; o manejo da lavoura do milho; desmatamento associado à quase extinção dos predadores naturais dos roedores (cobras, gaviões e corujas, por exemplo); áreas de reflorestamento com pinus ou eucaliptos, como foi observado no Paraná; e a urbanização de áreas rurais, onde se pode observar a presença de bairros localizados próximos a matas ou áreas rurais - conta Elba.
 
Os sintomas iniciais das infecções por hantavírus - febre, dores musculares e de cabeça e mal-estar - podem fazer com que elas sejam facilmente confundidas com uma gripe forte ou uma pneumonia. O quadro, no entanto, pode agravar-se rapidamente, evoluindo para insuficiência respiratória aguda, comprometimento cardiovascular e instabilidade hemodinâmica e hipotensão, que culmina com choque circulatório e leva ao óbito em 4 a 24 horas, mesmo em indivíduos hospitalizados.
 
- A situação é ainda mais grave porque não é fácil identificar a hantavirose no início - lembra Jansen de Araújo, epidemiologista do Laboratório de Virologia Clínica e Molecular da USP.
 
Segundo Elba, o tratamento disponível atualmente é apenas de suporte, já que não existe vacina efetiva e nem antivirais específicos contra os hantavírus. A orientação é de que os pacientes sejam admitidos imediatamente em centros de terapia intensiva (CTI), com oxigênio, suporte ventilatório, reposição hídrica e drogas para controlar o choque. Quanto à prevenção, como a ocorrência em humanos está relacionada ao contato com roedores silvestres, as medidas de controle devem se focar nos ambientes potencialmente contaminados, com ênfase em habitações que possam servir de tocas e ninhos para os animais.
 
- É importante lembrar que a erradicação dos roedores é inviável e incorreta dada a abundância das espécies hospedeiras, sua grande dispersão e, principalmente, o dano ecológico que tal medida acarretaria - diz Elba
 
GRIPE SUÍNA
 
NOVA VARIANTE VOLTA A MATAR
 
Além do hantavírus, os EUA enfrentam o ressurgimento de outro mal que em 2009 assustou o mundo: a gripe suína. Na semana passada, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças do pais (CDC) confirmou a primeira morte por uma nova variante do vírus da influenza A, chamada de H3N2v. O paciente, um idoso internado no estado de Ohio, enfrentava outros problemas de saúde e teria sido infectado ao entrar em contato com porcos numa feira rural.
 
Desde que atingiu pela primeira vez humanos em território americano, em agosto do ano passado, a nova gripe suína já foi contraída por 301 pessoas no país, sendo 289 apenas em 2012. Segundo o CDC, mais de 90% dos casos envolviam trabalhadores de exibições de porcos em feiras agrícolas ou seus parentes, com limitadas evidências de contaminação pessoa a pessoa. Por isso, o órgão aconselhou que o público de maior risco de desenvolver complicações ? como menores de cinco e maiores de 65 anos, grávidas, asmáticos, diabéticos e com o sistema imunológico enfraquecido por diversos fatores ? mantenha distância destes tipos de eventos.
 
Fonte: O Globo


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