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Vale-medicamento entra na mira das operadoras de planos de saúde
Fabio Hansen, da Funcional: clientes como Nestlé e Gerdau
Com regulamentação da Agência Nacional de Saúde, mercado se prepara para criar novos produtos
Regiane de Oliveira
roliveira@brasileconomico.com.br
As famílias brasileiras comprometem 48,6% de sua despesa média mensal com saúde, segundo os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Há tempos que essa realidade vinha sendo debatida dentro na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Na semana passada, com a Resolução Normativa 310, a ANS estabeleceu princípios para a oferta de medicação de uso domiciliar dos planos de saúde. O que promete criar uma nova gama de oportunidades para as empresas que atuam no setor.
A Amil informou por meio de comunicado que está avaliando a RN 310 da ANS. "Este e outros temas são da maior relevância, com desejo de todos para sua viabilização." Esperamos que haja intensa participação de todos os segmentos da sociedade, tanto de usuários, prestadores, operadoras e, em especial, dos que respondem pelo seu financiamento, que são as empresas e pessoas contratantes de planos de saúde", informou a empresa. A SulAmerica também informou por meio de sua assessoria de imprensa que está estudando a resolução para ver como poderá ser aplicada em um novo produto.
Na prática, com a nova resolução, as empresas de saúde poderão comercializar produtos que já contemplem a distribuição de medicamentos (veja no infográfico).
Um dos desafios será a distribuição desses medicamentos, afirma Fabio Hansen, presidente da Funcional, empresa de gestão de planos de saúde que há anos trabalha com o chamado Benefício Medicamento, uma espécie de vale-remédio subsidiado. "O Brasil é o segundo maior mercado privado de medicamento do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. Pois, apesar da existência do SUS (Sistema Único de Saúde), a compra dos medicamentos é um custo imenso para as pessoas", diz.
A Funcional gerencia benefícios para grandes corporações, como Nestlé, Oi e Gerdau. "Temos 700 mil beneficiários subsidiados no benefício medicamento", afirma Hansen.
Segundo o executivo, o maior desafio para os planos de saúde será a gestão logística. "É preciso ter qualidade e custo baixo para se entregar em qualquer parte do país", afirma ele. No entanto, ele afirma que a vantagem para as empresas é que a medida da ANS contemplou o produto pré-pago. "Nos Estados Unidos, as seguradoras já consideram o valor dos medicamentos no custo do seguro. Por aqui, os planos poderão estipular uma cobertura de medicamentos pré-paga, com risco determinado, seja nos planos individuais ou coletivos", explica.
A Funcional possui uma carteira de clientes com mais de 12 milhões de vidas administradas. "Aqui incluímos também o modelo de desconto em farmácia, muito comum nos planos de saúde atualmente, além da gestão de crônicos, um dos principais mercados potenciais para a distribuição de medicamentos", diz.
Fonte: ANS
O QUE DIZ A NOVA LEI
Resolução Normativa Nº 310, de 30 de outubro de 2012
É facultado às operadoras de planos privados de assistência à saúde a oferta de medicação de uso domiciliar por meio de contrato acessório
O contrato poderá apresentar características diferentes para planos individuais e coletivos, assim como entre os diversos contratos coletivos
A adesão dos beneficiários aos contratos acessórios de medicação de uso domiciliar é facultativa
Os contratos acessórios de medicação de uso domiciliar ofertados pelas operadoras de planos de assistência à saúde deverão cobrir, nos contratos individuais, no mínimo, os grupos das seguintes patologias abaixo descritas:
DIABETES
DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA
HIPERTENSÃO ARTERIAL
INSUFICIÊNCIA CORONARIANA
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA
ASMA BRÔNQUICA
Fonte: Brasil Econômico
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