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À espera do poder público

Prevenção contra câncer. Há duas vacinas disponíveis no mercado. A bivalente e a quadrivalente previnem contra os dois subtipos de HPV que mais oferecem risco de câncer de colo de útero. Preço de cada dose pode chegar a R$ 400
 
Vacina contra HPV, que previne contra câncer de colo de útero, deve começar a ser distribuída em 2013. Há dúvidas quanto à eficácia e ao custo
 
Felipe Sil
 
felipe.sil@oglobo.com.br
 
Vírus HPV. Invasor causa diversos tipos de câncer
 
Fabio Rossi
 
Latinstock
 
Fernanda Alonso já não é criança, está com 14 anos. Mas levou um susto ao ouvir da ginecologista a recomendação para tomar uma vacina que até então não conhecia: um tratamento para ajudá-la na prevenção contra o vírus do papiloma humano (HPV), que é transmitido através de relações sexuais e causa o câncer do colo de útero. A mãe, Lina Alonso, também se assustou num primeiro momento. Passado o choque inicial, no entanto, mãe e filha aprovaram a ideia. Uma decisão simples, se não viesse acompanhada da informação de que a vacina custa de R$ 250 a R$ 400 cada dose (são três) e não é oferecida pelo sistema público.
 
- Não tenho condições financeiras. É importante para minha filha e também para a irmã, que tem 7 anos, e precisará no futuro. O problema, porém, é que as doses custam muito caro.
 
Lina pode escolher esperar. A introdução da vacina contra o HPV no Sistema Único de Saúde pelo governo federal está em fase final de estudos, segundo o Ministério da Saúde. O órgão criou um grupo técnico para discutir a implementação da vacina na rede pública e a previsão é que as análises epidemiológicas, imunológicas, socioeconômicas e financeiras sejam concluídas no primeiro semestre de 2013.
 
O governo do estado do Rio, ancorado pela lei 6.060/11, sancionada pelo governo Sérgio Cabral, adiantou-se e abriu processo de compra de vacina para começar a imunizar meninas de 9 a 11 anos já no primeiro semestre do ano que vem. Caso a promessa seja cumprida, será o primeiro estado a oferecer gratuitamente o tratamento de maneira regular. Hoje, apenas municípios, em iniciativas isoladas, adotaram o investimento. É o caso de Barretos, em São Paulo, e Campos dos Goytacazes, no Rio.
 
A vacina impede a infecção pelos dois subtipos mais frequentes e perigosos de HPV, o 16 e o 18. Ambos causam câncer de colo de útero, doença que apenas este ano deve gerar aproximadamente 17,5 mil novos casos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O vírus também pode causar câncer de pênis e até de garganta.
 
Duas questões, porém, levantam polêmica. Os dois subtipos combatidos representam 70% do risco. O método, portanto, não oferece 100% de proteção, mesmo que a vacina seja a quadrivalente, que ainda inclui outras duas variantes (ao todo, são mais de 20 tipos de papiloma humano). Outra dúvida é em relação ao custo. Na rede privada, onde as vacinas já são vendidas para mulheres entre 9 e 26 anos, o preço varia entre R$ 250 a R$ 400 cada dose. São três no total. O custo é alto porque apenas dois laboratórios produzem o medicamento. Ou seja, oferecê-la gratuitamente exige um alto investimento diante de uma eficácia que não é total.
 
Fazer exames é fundamental
 
Para Daniel Gimenes, vice-presidente de Pesquisa da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (Sboc), a vacina deve ser vista como um auxílio emergencial. Lembra que o câncer de colo de útero é uma doença de pouca incidência e baixa mortalidade nos países desenvolvidos. Segundo ele, porque os sistema de saúde consegue fazer o acompanhamento eficaz das mulheres, identificando o problema no início.
 
- Hoje em dia estamos muito treinados para tratar e não para prevenir. No Brasil, o sistema público de saúde tem deficiências sérias. O que sai mais barato? Uma vacina ou uma unidade pública de saúde que faça um acompanhamento de qualidade? - questiona.
 
O Hospital de Câncer de Barretos começou, em 2010, um estudo sobre o tratamento. Naquele ano, 1,7 mil meninas matriculadas nas 6ª e 7ª séries do ensino fundamental das escolas públicas e particulares do município do interior de São Paulo receberam a primeira dose. Autor da pesquisa, o coordenador científico do Instituto de Ensino e Pesquisa da instituição, José Humberto Fregnani, garante, porém, que os resultados são animadores.
 
- A vacina é quase totalmente eficaz contra os subtipos de mais risco. Ainda há a imunidade cruzada, que permite o combate de outros subtipos através do método - afirma.
 
Segundo Maria Cristina Senna, médica da clínica de vacinação NeoVacinas, a vacina contra HPV representa um "impacto gigantesco no programa nacional de vacinação".
 
- Claro que os exames preventivos continuarão a ser necessários, mas o tratamento vai diminuir o número de novos casos - garante.
 
Números
 
400 Reais - É quanto pode custar uma dose da vacina contra HPV. Ao todo, são três sessões
 
17,5 Mil novos casos em 2012 - É a previsão do Inca para este ano de câncer de útero
 
Fonte: O Globo


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