Endereço: Rua José Antônio Marinho, 450
Barão Geraldo - Campinas, São Paulo - Brasil
Cep: 13084-783
Fone: +55 19 3289-5751
Email: idisa@idisa.org.br
Adicionar aos Favoritos | Indique esta Página

Entrar agora no IDISA online

Bafômetro para o coração

12 de janeiro de 2013
 
Pesquisadores brasileiros desenvolvem aparelho que identifica a insuficiência cardíaca no ar expirado pelos pulmões do paciente
 
Sérgio Rodrigo Reis
 
Belo Horizonte - O passar dos anos, a herança genética e os hábitos de vida modernos nem sempre são amigos do coração. Prova disso é o aumento da insuficiência cardíaca no país, um problema de saúde pública com elevada taxa de mortalidade. Apesar dos avanços significativos na compreensão da fisiopatologia e do tratamento, as dificuldades do diagnóstico precoce da doença ainda representam um grande entrave para os profissionais de saúde. Foi diante do quadro alarmante que uma equipe da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerias, se debruçou sobre um experimento inovador capaz de detectar o problema sem qualquer tipo de dor.
 
Diferentemente dos exames atuais, bastante caros e feitos a partir de equipamentos invasivos e dolorosos, a descoberta da equipe mineira propõe o inverso. Um aparelho com um nanossensor, acoplado a um dispositivo semelhante a um bafômetro, consegue detectar na hora, depois de ser assoprado pelo paciente, uma substância característica da patologia.
 
Quando o indivíduo começa a ter problema, a quantidade do biomarcador - a substância que está relacionada à presença da doença ou seu avanço - aumenta no organismo. "Em vez de fazer o exame pelo sangue, resolvemos propor algo com o ar exalado. O método não é invasivo, é confortante e indolor. Representa algo inovador para ter uma informação fidedigna, rápida e prática", salienta a professora da área de toxicologia da Faculdade de Farmácia da UFJF Nádia Rezende Barbosa Raposo, que coordenou o projeto ao lado do professor Marcos Brandão.
 
Teste simples
 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) há tempos recomenda que a comunidade científica busque um parâmetro objetivo e preciso para a identificação de doentes com disfunção ventricular, em particular aqueles em estados iniciais da doença; um marcador mais preciso para um correto prognóstico e estratificação dos pacientes; e um teste simples e reprodutível para o diagnóstico e monitorização do tratamento instituído. Até o experimento da equipe mineira ocorrer, não havia ainda um método que conseguisse dar conta da solicitação da organização. A descoberta surgiu depois de um longo processo de pesquisa, que partiu de um problema para buscar as possíveis soluções.
 
"Pensamos em desenvolver esse sensor porque conseguimos, por meio do ar exalado, detectar um biomarcador com correlação à doença", conta a cientista. O projeto mineiro, que ainda está em fase final de certificação na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), deve chegar ao mercado, se tudo correr como planejado, em dois anos. "Acreditamos que teremos uma facilidade de inserção do projeto no mercado, contribuindo para reduzir bastante o número de óbitos. Hoje, cerca de 50% dos pacientes morrem em quatro anos após o diagnóstico da insuficiência cardíaca porque sabem tardiamente da doença. Buscamos algo para minimizar esse efeito. Nossa pesquisa visa o diagnóstico precoce."
 
A perspectiva da receptividade do experimento no mercado é grande, pois existem milhares de cardiologistas atuando no país e milhões de pacientes atingidos pelo problema. "Temos público e a solução. Se conseguirmos colocar no mercado a tecnologia com preço acessível, vamos avançar muito na questão", espera.
 
Os caminhos para uma descoberta como a do nanossensor que detecta problemas cardíacos são longos e feitos, em geral, em equipe. No caso da descoberta da UFJF, que contou com participação efetiva dos alunos Hudson Caetano Polonini, Francisco José Raposo, Karla Gonçalves e Rebeca Mól Lima, o processo começou com a detecção do problema. Em seguida, foi analisada a viabilidade mercadológica do projeto e iniciada a fase de experimentos.
 
Limitações
 
A insuficiência cardíaca provoca limitações das atividades diárias do paciente, que se sente cansado facilmente. São várias as causas, podendo ser associadas à genética ou a questões como falta de exercícios físicos, alimentação inadequada, problemas metabólicos e estresse. Os sintomas são dificuldades respiratórias, inchaço nos membros inferiores, aumento do abdômen e fadiga.
 
Fonte: Correio Braziliense


Meus Dados

Dados do Amigo

Copyright © . IDISA . Desenvolvido por W2F Publicidade