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Governo mantém publicidade de junk food

30 de janeiro de 2013
 
Alckmin veta projeto de lei que proibia anúncios de alimentos não saudáveis entre as 6h e as 21h no rádio e na TV
 
ONGs de direitos do consumidor apoiavam a restrição; só União pode legislar sobre o tema, diz advogado
 
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, vetou ontem o projeto de lei que restringia a publicidade de alimentos não saudáveis dirigida a crianças.
 
O projeto, apresentado pelo deputado estadual Rui Falcão (PT) em 2008, foi aprovado pela Assembleia Legislativa em dezembro. Ontem era o último dia para que Alckmin tomasse a decisão de vetar ou sancionar a lei.
 
O texto proibia a veiculação de anúncios de alimentos e bebidas pobres em nutrientes e com alto teor de açúcar, gorduras saturadas ou sódio entre as 6h e as 21h no rádio e na televisão. O projeto não especificava quais alimentos se enquadrariam nessa classificação.
 
O projeto também impedia o uso de celebridades ou personagens infantis na venda de alimentos e o uso de brindes promocionais, como os vendidos junto com sanduíches em redes de fast food.
 
CONSTITUIÇÃO
 
Ontem, conforme a Folha informou, as assessorias jurídica e parlamentar do governador haviam recomendado o veto ao projeto, afirmando que o texto é inconstitucional porque cabe à União legislar sobre publicidade.
 
Luiz Tarcísio Teixeira Ferreira, professor de direito constitucional da PUC de São Paulo, concorda com a decisão e lembra que já havia sido decidido que só a União podia legislar sobre publicidade de cigarros, um tema também relativo à saúde.
 
"Não é porque a matéria é boa do ponto de vista do mérito que qualquer um pode legislar a respeito. O valor do projeto não pode ser maior que o da Constituição. Não é um vale tudo", diz.
 
Segundo ele, se um projeto inconstitucional é aprovado pelo governador, o resultado esperado é uma enxurrada de processos contestando a aprovação e "atulhando o Judiciário".
 
Às críticas, o assessor jurídico de Rui Falcão, Antonio Carlos Serrano, respondeu no blog do deputado, no ano passado, que a discussão sobre a constitucionalidade da medida é "um equívoco" e que o Estado "pode legislar sobre infância e juventude".
 
Um texto semelhante ao que foi vetado, de autoria do deputado Alex Manente (PPS), também foi aprovado em dezembro na Assembleia Legislativa, mas seu conteúdo, que trata da proibição da venda de alimentos com brindes, é englobado pelo texto de Rui Falcão. O projeto de Manente ainda não foi apreciado pelo governador.
 
Essa não é a primeira tentativa frustrada de aprovar uma lei com limites para a publicidade infantil no país.
 
O projeto de lei vetado agora recebeu o apoio de entidades da sociedade civil, como o Instituto Alana (que defende os direitos da criança) e o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).
 
"São Paulo perdeu a oportunidade de estar na vanguarda e abordar esse tema de grande importância para a saúde das crianças", disse Pedro Hartung, assessor do núcleo de defesa do Alana.
 
O Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (órgão consultivo que assessora a Presidência da República) e a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde, ligada à Organização Mundial da Saúde) enviaram cartas ao governador pedindo a sanção do projeto.
 
No texto, a Opas cita pesquisas que demonstraram que a publicidade incentiva as crianças a pedirem as marcas anunciadas e que os pais reconhecem a influência da televisão em suas compras.
 
Fonte:  Folha de S. Paulo


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