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Garota contrai HIV em transfusão

21 de fevereiro de 2013
 
» Gabriela Freire Valente
 
O caso de uma garota de 12 anos que teria contraído o vírus HIV por transfusão de sangue provocou indignação na Arábia Saudita e gerou discussões raras no país. Apesar de críticas abertas ao governo do rei Abdullah bin Abdul Aziz Al-Saud não serem comuns, e de a Aids ser um tabu para a conservadora sociedade saudita, a população pressiona o ministro da Saúde, Abdullah Al-Rabeah, e chega a reclamar sua renúncia. O Ministério da Saúde divulgou nota oficial se desculpando pelo erro médico e se comprometendo a investigar o caso. Al-Rabeah chegou a visitar a jovem Reham Al-Hakami no hospital, mas foi duramente criticado por presentear a garota com um tablet. "Contraia HIV e ganhe um iPad", ironizou a rede de televisão Al-Arabiya.
 
Reham sofre de anemia falciforme e recebeu a transfusão no último dia 12, em um hospital público da cidade de Jazan. Horas depois de ela ter recebido alta, uma equipe médica foi à casa da família e informou que a menina havia recebido meio litro de sangue infectado. Em entrevista ao jornal Arab News, Muhsen Al-Hazimi, presidente da Comissão de Saúde no Conselho da Shoura, afirmou que Reham foi submetida a exames, mas o HIV estaria em fase de incubação, o que impede a detecção. Os médicos esperam que o quadro de anemia falciforme impeça a progressão da Aids. "Ela está recebendo o tratamento necessário até que todos os resultados sejam obtidos", informou uma médica do hospital King Faisal, para onde Reham foi transferida.
 
Diversas pessoas manifestaram indignação nas redes sociais e compartilharam um vídeo em que a jovem pede que rezem por ela. Um parente informou que a família, descrita pela própria menina como humilde, considera entrar com uma ação judicial contra o Ministério da Saúde. "Nossa família pede que o mal feito a nossa menina seja corrigido. Se o departamento tivesse conduzido seus negócios corretamente, nada disso teria acontecido", declarou Abd Ar-Rahman, que também relatou que os pais de Reham estão "traumatizados".
 
O jornal Saudi Gazette informou que a Sociedade Nacional para os Direitos Humanos, que acompanha o caso, divulgou um relatório afirmando que a equipe médica local "não é qualificada e foi por isso que esse grave erro médico ocorreu". Sete funcionários envolvidos no caso - incluindo diretores do hospital e o coordenador de um programa para prevenção da Aids - foram demitidos e podem responder a processo criminal. A legislação saudita é guiada pela sharia (lei islâmica), que contempla punições como morte por apedrejamento ou decapitação e amputação de membros. Em entrevista ao joprnal Al-Hayat, o juiz aposentado Muhammad Al-Jadlani considerou a possibilidade de "muitas cabeças rolarem" após apuração do caso.
 
A região do norte da África e Oriente Médio exibe um dos mais baixos índices de portadores de HIV, mas um relatório das Nações Unidas aponta que, desde 2001, essa tornou-se a segunda área do mundo onde a epidemia mais cresce - e onde o tratamento antirretroviral é menos aceito, devido ao estigma social.
 
Contraia HIV e ganhe um iPad"
 
Rede de TV Al-Arabiya
 
Fonte: Correio Braziliense


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