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No SUS, atendimento médico a usuários cresceu 20 porcento em um ano

24 de fevereiro de 2013
 
Situação no Brasil
A CONTA DAS DROGAS
 
Pesquisa indica 2,8 milhões de dependentes de cocaína e crack
 
Gustavo Uribe
 
Não é apenas o total de auxílios-doença a dependentes químicos de cocaína e crack que tem crescido no Brasil. Nos últimos anos, o número de atendimentos médicos a usuários de drogas em geral também aumentou na rede pública de saúde. Em 2012, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) registraram 7,5 milhões de atendimentos, elevação de 20,6% sobre 2011, quando foram registrados 6,2 milhões. Nos últimos quatro anos, o total de assistências oferecidas, que cresce a cada ano, passou dos 24 milhões e apresentou um salto de 51%.
 
Os dados inéditos foram obtidos a pedido do GLOBO com o Ministério da Saúde. De 2002 a 2011, o orçamento da pasta para iniciativas de saúde mental, que engloba o que é destinado a dependentes químicos, aumentou três vezes, passando de R$ 620 milhões para R$ 1,8 bilhão. Para reforçar o tratamento a usuários de droga, sobretudo viciados em crack, o Sistema Único de Saúde (SUS) recebeu em 2011 um reforço de caixa de R$ 2 bilhões, montante que deverá ser investido até 2014 e foi destinado ao programa do governo federal "Crack é Possível Vencer".
 
O secretário nacional de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Helvécio Miranda Magalhães Júnior, reconhece que o número de dependentes químicos tem crescido no país, fator que, segundo ele, explica o aumento do atendimento na rede pública. Ele aponta como outro motivo o aumento da busca por tratamento médico, realizada tanto pelo próprio dependente químico como por parentes e familiares. Na avaliação dele, o baixo custo do crack e o alto poder de vício da droga explicam o seu avanço:
 
- De um lado, a situação da dependência química tem aumentado de maneira perceptível. De outro, as pessoas têm procurado mais ajuda no país, o que mostra que o nosso serviço tem respondido, mas precisamos ampliá-lo, evidentemente.
 
A avaliação do secretário nacional é semelhante à da psicanalista Ivone Ponczek coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Atenção ao Uso de Drogas (Nepad) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ela observa que, por ser uma droga de fácil acesso, o número de dependentes de crack tem aumentado no Brasil nos últimos seis anos. No subcentro de atendimento da entidade que coordena, sete de cada dez dependentes químicos são usuários da droga.
 
- Como o crack é mais barato e de fácil acesso, acaba sendo uma opção para muitos dependentes. Causa muito rápido a dependência e já chegou a todas as classes sociais. Nós observamos, no Rio, que os usuários são cada vez mais jovens - afirmou Ivone.
 
Hoje, o Brasil perde apenas para os Estados Unidos em usuários de cocaína e crack. Segundo pesquisa da Universidade Federal de São Paulo, o país possui, ao todo, 2,8 milhões de usuários dessas duas drogas, enquanto os Estados Unidos apresentam 4,1 milhões. Se considerados os entorpecentes de maneira isolada, o Brasil possui o maior mercado de crack do mundo, que representa 20% do total.
 
O levantamento mostrou ainda que a Região Sudeste concentra 46% do total de usuários de crack e cocaína, num total de 1,4 milhão. Na sequência, aparecem o Nordeste (27%), Centro-Oeste (10%) e Norte (10%). Em São Paulo, estado com maior concentração de usuários de crack, o programa de internações compulsórias realizou, em um mês, 223 internações, prestou 1.509 atendimentos e recebeu 8.171 ligações por informações.
 
Fonte: O Globo


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