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Anvisa diminui iodo no sal

17 de abril de 2013
 
Devido aos altos índices do produto na população brasileira, Agência Nacional de Vigilância Sanitária publica uma resolução para reduzir os níveis do nutriente, seguindo recomendações de pesquisa da Organização Mundial de Saúde
 
» JULIA CHAIB
 
O sal consumido pelos brasileiros terá menos adição de iodo. A decisão é da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que aprovou ontem a proposta, em consulta pública desde 2011. A resolução da autarquia determina que o teor permitido atualmente de 20mg a 60mg de iodo a cada quilo de sal seja reduzido para a taxa de 15mg a 45 mg/kg do nutriente.
 
Uma das bases para a alteração da norma é uma pesquisa da Organização Mundial de Saúde (OMS), de 2007, que detectou níveis de iodo em mais da metade da população brasileira acima do recomendado pela entidade. A taxa encontrada na urina é acima de 300 microgramas por litro. A média aceita pela OMS é de 130 microgramas por litro. O excesso do nutriente pode desencadear males como tireodite de hashimoto, que faz a pessoa ganhar peso e ter cansaço crônico. Já a falta de iodo pode causar doenças como bócio (aumento da glândula da tireoide) e hipotireodismo. A recomendação da OMS é que, a cada quilo de sal, sejam adicionados de 20mg a 40mg de iodo.
 
A nova regra deve ser publicada hoje no Diário Oficial da União. A partir de então, as empresas que fabricam sal terão 90 dias para adaptação. De acordo com a gerente-geral de Alimentos da Anvisa, Denise Rezende, enquanto estava em consulta pública, a proposta foi debatida também com representantes das indústrias fornecedoras de sal. Desde a década de 1950, o iodo é adicionado ao sal. Nos anos 1990, a Organização Mundial de Saúde recomendou aos países que sempre fizessem a adição do nutriente para minimizar a incidência de doenças causadas pela deficiência do mesmo.
 
Polêmica
 
A decisão da Anvisa divide especialistas. A diretora do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), Laura Ward, discorda da proposta. Para ela, assim como o excesso pode trazer problemas à saúde, a falta também pode gerar malefícios. Existem evidências de que estamos consumindo um excesso de sal, e, com ele, de iodo, e isso poderia estar associado ao aumento de doenças autoimunes e até mesmo ao aumento do câncer da tireoide de um tipo chamado papilífero. No entanto, o aumento do iodo também está associado à diminuição da incidência do câncer de tireoide mais agressivo , explica.
 
Na opinião de Ward, os níveis elevados de iodo na população brasileira são decorrentes do excesso de sal consumido. Crianças e adolescentes, principalmente, são vítimas de salgadinhos, embutidos, enlatados e toda a sorte de alimentos processados que contêm imensas quantidades de sal. A Anvisa devia se preocupar em diminuir a quantidade de sal e não em diminuir a quantidade de iodo no sal , recomenda Laura Ward.
 
Professora de nutrição da Universidade de Brasília (UnB), Muriel Gubert também acha que a principal causa do excesso de iodo na população brasileira é o intenso consumo de sal, mas concorda com a proposta da agência reguladora. Segundo ela, a diminuição exigida pela Anvisa não deve ser maléfica à saúde da população. A redução não causará malefícios, uma vez que, mesmo se a pessoa fizer a ingestão de sal dentro do recomendado, estarão ainda sendo supridas todas as necessidades de iodo, sem risco nenhum de desenvolvimento das doenças relacionadas ao déficit dele , argumenta.
 
Segundo a OMS, em 2007, o Brasil era o terceiro país da América Latina com maior consumo de sal. Pesquisa de Orçamentos Domiciliares do Ministério da Saúde, de 2003, apontou que o brasileiro possui, em média, o consumo domiciliar diário de sal de 9,6g. De acordo com Muriel Gubert, o ideal seria o incentivo à diminuição do consumo de sal, entretanto, ela admite que isso exigiria uma grande modificação no padrão de consumo, o que demandaria muito tempo. Neste momento, a redução de iodo parece ser a estratégia mais adequada para evitar os problemas de excesso do e iodo na população brasileira , diz.
 
Doenças
 
Relacionadas à deficiência de iodo
 
» Bócio, aumento do volume da tireóide, também conhecido como papo.
 
» Pode levar ao atraso mental em crianças
 
» Hipotiroidismo, que causa fadiga crônica e ganho de peso
 
» Em gestantes, pode levar ao aborto e causar anomalias congênitas no feto
 
Ao excesso de iodo
 
» Tireodite de Hashimoto, na qual o corpo passa a atacar a tireoide. Provoca fadiga crônica e ganho de peso.
 
Fonte: Correio Braziliense


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