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Um novo conceito de melhoria no atendimento

12 de junho de 2013
 
Centro de Trauma do Hospital Alberto Torres servirá de modelo para outras unidades
 
Maria Elisa Alves
 
Um acidente envolvendo dois ônibus provoca ferimentos graves em pelo menos cinco passageiros. Um helicóptero do Corpo de Bombeiros pousa no local da colisão, resgata as vítimas e as leva para um hospital especializado em pacientes politraumatizados, onde uma equipe - que tem desde anestesista a cirurgião -, já está a postos. A operação exemplar de socorro, que ainda não acontece no Rio, vai passar a ser rotina no estado a partir do dia 14, quando será inaugurado o Centro de Trauma do Hospital Alberto Torres, em São Gonçalo.
 
A maior diferença do Centro de Trauma é o atendimento. Vinte e sete profissionais foram treinados no Centro de Trauma de Baltimore e no Ryder Trauma Center, da Universidade de Miami, ambos referências nos Estados Unidos. Os médicos passaram três semanas no exterior, e os enfermeiros seis. Todos, já experientes no atendimento a feridos de grande gravidade, foram aperfeiçoar as técnicas para ganharem mais agilidade e melhorar o fluxo de atendimento.
 
- Os médicos do Rio já têm muita experiência no atendimento de violência urbana, seja de acidentados ou baleados. lá estão tão acostumados com traumas que essa habilidade chamou a atenção dos americanos. O que faltava era noção de protocolo e a hierarquização de processos de atendimento - diz Rogério Casemiro, coordenador de Traumas e Núcleos da Secretaria estadual de Saúde.
 
Traduzindo do mediques para o português, a tal hierarquização de processos e noção de protocolos significa que, no Centro de Trauma, cada profissional saberá exatamente o procedimento que deverá colocar em prática quando um paciente em estado grave for levado à unidade. A equipe atuará como um time bem treinado, sem espaço para improvisos:
 
- Hoje em dia, o atendimento é baseado nas decisões de cada médico, que toma decisões pessoais, não há protocolos estabelecidos. Não há um caminho a ser seguido por todos. É isso que vamos implantar no centro de traumas, uma padronização que ajudará o paciente a ser atendido mais rapidamente e com maior eficiência - diz Casemiro, que calcula que uma vítima vá demorar, no centro, dez minutos até ir para a sala de cirurgia, contra os 20 ou 30 minutos de um hospital de emergência tradicional.
 
Para dar mais agilidade, o centro de trauma foi planejado para facilitar a vida dos profissionais de saúde e, sobretudo, garantir a sobrevivência do paciente. No mesmo ambiente, terá uma sala de estabilização, ao lado da tomografia e também ao lado do centro cirúrgico:
 
- A divisão de tarefas será bem definida. O enfermeiro já saberá que tem que fazer um acesso venoso assim que o paciente chegar - diz Casemiro.
 
CORRIDA PARA SALVAR VIDAS
 
No Centro de Trauma, os médicos vão correr contra o tempo na tentativa de salvar vidas. Segundo Ana Lúcia Neves, subsecretária de Unidades Próprias da Secretaria estadual de Saúde, existe a "golden hour" a primeira hora após o trauma, na qual, se forem tomadas todas as medidas necessárias, o paciente tem mais chances de se recuperar.
 
Os pacientes só poderão dar entrada no Centro de Trauma se levados pelo Corpo de Bombeiros. Podem ir para lá vítimas de acidentes de carro graves, pacientes que tenham sido baleados em determinadas áreas, além de pessoas que tenham sofrido queda superior a três vezes a própria altura.
 
As obras custaram cerca de R$ 1,5 milhão, e mais R$ 5 milhões foram gastos em equipamento. Uma das novidades é um tomógrafo capaz de fazer um exame em apenas um minuto - ou três, no caso de escanear o corpo inteiro. Um equipamento não disponível na rede pública.
 
Segundo Casemiro, haverá 102 técnicos de enfermagem e 89 médicos e enfermeiros na unidade, onde será possível atender simultaneamente cinco pacientes. A UTI terá 35 leitos. Como o Hospital Alberto Torres, o Centro de Trauma será gerido pela OS Pró-Saúde. O projeto do estado é ampliar depois o conceito de centro de trauma para outras unidades, como os hospitais Albert Schweitzer, em Realengo, e o Adão Pereira Nunes (Saracuruna).
 
"O que faltava era noção de protocolo e a hierarquização de processos de atendimento."
 
Rogério Casemiro
 
Coordenador de Traumas e Núcleos da Secretaria estadual de Saúde
 
Fonte: O Globo


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