O governo federal anunciou, no entanto, que só indenizará se tiver convicção dos dados. "Há uma pesquisa em curso sobre onde ficaram essas crianças, para onde foram levadas e quantas são. Nós não podemos abrir uma linha, do ponto de vista de recursos financeiros, sem saber exatamente o montante de recursos que precisaremos", disse a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário.
O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos de hanseníase, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS). Há dois anos, o País registrou cerca de 34 mil novos casos da doença, número inferior apenas aos 127 mil casos na Índia, que tem uma população cinco vezes maior. Quem faz a denúncia é o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase.
O coordenador do Morhan, Arthur Custódio, disse que espera avanços na erradicação da doença após o lançamento da frente parlamentar na Câmara. "No Brasil, são dez doenças ligadas à miséria, doenças de populações negligenciadas. A hanseníase é o carro-chefe dessas doenças”, afirmou.
Tratamento
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, o Brasil está perto da meta estabelecida mundialmente. "Estamos já muito próximos de atingir menos de um caso por 10 mil habitantes, o que a Organização Mundial de Saúde considera como a doença estando eliminada enquanto problema de saúde pública. A nossa grande preocupação é fazer com que todos os estados avancem, porque ainda existem estados no Brasil, como Maranhão, Pará e Mato Grosso, que têm uma prevalência alta."
A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica que atinge, principalmente, a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas varia de dois a cinco anos. Se for logo diagnosticada, a cura pode chegar a mais de 80% dos casos.
Com informações da Rádio Câmara
Fonte: Agência Câmara Notícias