Autoridade Europeia afirma que o uso de aspartame não representa riscos para a saúde
12 de dezembro de 2013
Órgão regulador desmente estudos que associavam adoçantes a problemas como câncer e parto prematuro
O adoçante artificial aspartame não representa riscos para a saúde quando em níveis de consumo aprovados, informou a Autoridade Européia para a Segurança dos Alimentos (Aesa). Isto é visto como uma vitória para companhias de refrigerantes, que usam a substância em alguns de seus produtos.
Em agosto, uma das empresas publicou anúncios em prol do aspartame em jornais. Estudos relacionavam a substância a riscos à saúde, incluindo câncer e parto prematuro. Isto levou à queda das vendas de refrigerante diet nos EUA.
Mas reguladores de alimentos dos dois lados do Atlântico questionaram os resultados, apontando para falta de dados. Em sua última revisão científica, a Aesa disse não ter encontrado evidências de riscos à saúde quando o consumo diário é "dentro do aceitável" o que equivale a 40 miligramas por quilo (mg/kg) do total do peso corporal.
"Este parecer representa uma das avaliações de risco mais abrangentes de aspartame já realizadas" disse em comunicado Alicja Mortensen, presidente do Painel sobre Aditivos Alimentares e Fontes de Nutrientes Adicionados aos Alimentos (ANS Panei). "É um passo à frente no reforço da confiança do consumidor sobre a base científica do sistema de segurança alimentar da União Européia e da regulação sobre aditivos alimentares"
Uma lata de refrigerante diet geralmente contém cerca de 180 miligramas de aspartame, o que significa que um adulto com peso de 75 kg precisaria beber mais de 16 latas por dia para exceder os níveis apontados pela regulação européia. Nos EUA, este nível é um pouco maior: de 50 mg/kg.
O aspartame é aproximadamente 200 vezes mais doce do que o açúcar. A liberação para uso na União Européia ocorreu em 1994 e tem sido alvo de várias revisões científicas por reguladores da região. Nutricionista do St George's Hospital NHS Trust, do Reino Unido, Catherine Collins exaltou o parecer da Aesa.
O aspartame sempre foi vítima de teorias de conspiração, com histórias que o culpam por problemas de comportamento de crianças à ocorrência de câncer. Tudo mais uma vez rechaçado, desta vez por uma ampla pesquisa científica.