A presidente da SBGM (Sociedade Brasileira de Genética Médica), entidade consultada pelo governo para a elaboração das novas regras do setor, nega que a motivação para as mudanças tenha sido o corporativismo de médicos dessa especialidade.
"Vemos com muito bons olhos os outros profissionais, desde que tenham o treinamento adequado", diz Lavinia Faccini, médica geneticista da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "O que a SBGM não concorda é que, por exemplo, biólogos que têm mestrado ou doutorado em genética sejam automaticamente considerados capacitados para fazer aconselhamento genético."
Quanto à norma da ANS que restringe exames, Faccini diz que é um meio de evitar pedidos "desnecessários". Para ela, o médico geneticista pode atuar só como consultor nesses casos, sem precisar examinar pacientes. "Isso tem funcionado bem em planos de saúde que têm um geneticista encarregado de ver os pedidos que vêm dos médicos e dizer se são adequados ou não", diz.