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Santa Casa gasta mal e tem alta taxa de mortalidade

30 de setembro de 2014
 
Por Beth Koike | De São Paulo
 
A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo administra mal os seus recursos financeiros e também tem um alto índice de mortalidade quando comparada a hospitais semelhantes.
Os dados foram constatados em auditoria realizada pela Secretaria de Estado da Saúde, Ministério da Saúde, Secretaria Municipal e Conselho Estadual de Saúde. A auditoria foi uma condição estabelecida pela Secretaria da Saúde para repassar mais verbas à Santa Casa de São Paulo, que em julho fechou as portas de seu pronto-socorro alegando problemas financeiros.
 
No ano passado, a Santa Casa recebeu R$ 422 milhões em recursos dos governos federal e estadual para pagamento de procedimentos de média e alta complexidades. Porém, a instituição só realizou procedimentos médicos que somaram R$ 155,7 milhões, ou seja, uma diferença de 171%. Esse percentual é superior à defasagem de 60% da tabela do Sistema Único de Saúde (SUS).
 
Hospital de São Paulo recebeu R$ 422 milhões dos governos federal e estadual, mas usou só R$ 155,7 milhões
 
A Santa Casa de São Paulo, maior complexos hospitalar filantrópico do país, registrou prejuízo de R$ 168 milhões no ano passado. Em 2009 - quando o atual provedor, Kalil Rocha Abdalla, assumiu - o prejuízo era de R$ 12,8 milhões. Hoje, a dívida chega a R$ 450 milhões, sendo que há cinco anos, era de R$ 146 milhões. Com isso, o patrimônio líquido da Santa Casa caiu de R$ 220,3 milhões caiu para R$ 323 mil em 2013.
 
Os problemas não se limitam às questões financeiras. Segundo a auditoria, entre os pacientes com embolia pulmonar atendidos na Santa Casa de São Paulo, a taxa de mortalidade foi de 58,3%, mais que o dobro da média dos hospitais ligados a universidades de medicina. Entre os casos de acidente vascular cerebral, o índice de mortalidade chegou a 28,5%, ante à média de 17,3% das 47 instituições de saúde avaliadas.
 
As denúncias sobre a gestão pouco transparente na Santa Casa de São Paulo foram levantadas pelo médico José Luiz Setúbal - da família fundadora do Itaú e presidente do conselho do Hospital Infantil Sabará. Ele montou uma chapa de oposição à Abdalla, que está em seu terceiro mandato. Mas Setúbal não obteve maioria dos votos e se desligou da instituição, na qual atuava como conselheiro.
 
O objetivo de Setúbal era atuar em parceria com uma consultoria internacional, sendo que o nome mais cotado era o da McKinsey, que já havia feito inclusive, uma análise prévia da situação do complexo. "Serão cinco semanas de diagnóstico, cinco semanas de planejamento e de dois a seis meses para implementar um plano de ação. Acreditamos que um dos grandes problemas da atual gestão são os métodos ultrapassados e a falta de instrumentos modernos de gestão", disse Setúbal, em entrevista concedida ao Valor em fevereiro. Do outro lado, Abdalla dizia que Setúbal queria transformar a Santa Casa em um banco.
 
Questionada se haveria mudanças no comando da instituição, a Secretaria da Saúde informou que essa é uma decisão que cabe à mesa diretora da Santa Casa.
 
Fonte: Valor Econômico


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