SÃO PAULO. Uma joint-venture entre quatro empresas, criando um "superlaboratório" farmacêutico nacional, promete colocar o Brasil no promissor mercado de medicamentos biológicos. Batizado de BioBrasil, o projeto junta EMS, Aché, União Química e Hypermarcas. Segundo informações de executivos com acesso às negociações, iniciadas há seis meses, a nova empresa deve ter capital aproximado de R$ 400 milhões e a ajuda do BNDES, que deve colocar entre R$ 100 milhões e R$ 80 milhões (25%, ou 20% do total) no negócio.
- Pelo que entendi, a ideia é criar uma indústria de biosimilares. Se der certo, colocará o país no mercado de inovação do setor farmacêutico e abrirá o caminho para outros laboratórios fazerem o mesmo - disse Nelson Mussolini, vice-presidente do Sindusfarma, sindicato que reúne as indústrias do setor farmacêutico no Estado de São Paulo.
Custo é superior ao de produtos sintéticos
O projeto da BioBrasil tem a simpatia do governo brasileiro, que gasta mais de 30% de sua verba de medicamentos com produtos de alta complexidade - de combate ao câncer a produtos prescritos a pacientes transplantados.
Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os remédios biológicos, usados no tratamento de câncer, doenças inflamatórias e infecciosas, têm custo bem superior aos produtos sintéticos. As drogas biológicas, embora representem apenas 1% da oferta de medicamentos, comprometeram 34% do orçamento doMinistério da Saúde para compra de remédios no ano passado.