Rio de Janeiro – Um grupo de médicos, enfermeiros, estudantes de ensino médio e universitários da área de saúde reivindicou ontem uma campanha de vacinação contra o HPV (papilomavírus humano). Eles fizeram, na Praia de Copacabana, na Zona Sul da cidade, uma marcha em defesa da imunização. De acordo com o chefe do Setor de Doenças Sexualmente Transmissíveis da Universidade Federal Fluminense (UFF), Mauro Romero Leal Passos, que organizou o ato, no país, 4 mil mulheres morrem em decorrência das lesões provocadas pelo HPV. Entre os homens, cerca de mil têm o pênis amputado anualmente.
Para conter o avanço da doença, especialistas presentes à marcha defenderam a inclusão da vacina quadrivalente (contra os vírus 6, 11, 16 e 18) no sistema público de saúde. O objetivo é vacinar homens e mulheres no início da vida sexual, para reduzir as chances de serem contaminados com os tipos mais graves do vírus. "Esses são os tipos mais prevalentes", disse o professor.
O HPV é transmitido pela via sexual e provoca lesões, como as verrugas genitais, que podem evoluir para cânceres como o de colo de útero – o que mais mata mulheres depois do câncer de mama – na vagina, no ânus, no pênis e na boca, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Para evitar que o tratamento chegue ao extremo da amputação ou da quimioterapia, no caso do desenvolvimento de câncer, Nilcéa avalia que a vacina é a melhor opção. Embora cara na rede privada – uma das três doses necessárias pode custar R$ 450 – no sistema de saúde tende a ser adquirida por preços mais baixos. Procurado, o Ministério da Saúde informou que um grupo técnico estuda a inclusão da vacina nos programas nacionais de imunização.