Medicamento para tratar leucemia será produzido no país
19 de junho de 2013
Remédio contra câncer infantil esteve sob risco de desabastecimento no início do ano
Medicamento é usado contra a principal leucemia da infância; acordos incluem 14 produtos biológicos
DE BRASÍLIA
O medicamento utilizado no combate à principal leucemia da infância, a L-asparaginase, sob risco de desabastecimento no início de 2013, terá fabricação nacional até 2015.
A produção será feita pela Fiocruz em parceria com dois laboratórios internacionais, a NT Pharma e a United Biotec. Até lá, o medicamento será comprado desses mesmos fabricantes.
Em janeiro, reportagem publicada pela Folha mostrou que a produção da marca de L-asparaginase consumida no Brasil tinha sido descontinuada no exterior.
Como consequência, os estoques no país durariam apenas seis meses. As soluções possíveis eram a compra do medicamento de outro laboratório estrangeiro -- sem registro na Anvisa-- ou, então, que a produção passasse a ser nacional, já que não há mais patente para o produto.
Frente ao problema, o ministério realizou uma compra emergencial do produto, que destrói uma enzima essencial para a sobrevivência das células cancerosas.
Os detalhes da produção da L-asparaginase foram anunciados ontem pelo ministro Alexandre Padilha (Saúde), no escopo de um pacote de 27 parcerias entre laboratórios públicos e privados para a produção nacional de 14 medicamentos.
Todos eles, voltados a doenças como câncer, artrite reumatoide e diabetes, serão produzidos no país até 2017.
Com isso, o número de produtos biológicos (fabricados a partir de material vivo) feitos no país sobe para 25.
O ministério também anunciou a instalação de uma fábrica com nova tecnologia, no Ceará, para a produção de um medicamento contra a doença de Gaucher e a produção da vacina da febre amarela.
As parcerias devem resultar em economia de R$ 225 milhões por ano.